"SUPERAÇÃO OBRIGATÓRIA DA VIDA" Crônica de: Flávio Cavalcante

SUPERAÇÃO OBRIGATÓRIA DA VIDA

Crônica de:

Flávio Cavalcante

Coisas que a vida nos proporciona. Surpresas inesperadas acontecem de forma sem pedir a mínima licença. Guinadas de cento e oitenta graus na vida de pessoas que levava uma vida de uma normalidade contundente.

É estupefato como a mudança é radical. A vida de repente deixa de ser aquela rotina de alegria, paz e união para ser uma transição embrutecida onde o cidadão passa por uma prova e esta passa a ser a nova etapa da sua vida.

A morte do corpo físico, por exemplo, de um ente querido que se tratava de toda uma estrutura, uma espinha dorsal sólida na vida de cada um ente querido. Um espírito que recebeu a missão de apaziguar, reunir e unir toda uma família e deixando-a em dependência total á ponto de tudo na vida depender unicamente da posição posta na mesa por esse esteio.

A torre sólida desaba e a inexperiência traduz em dificuldade para a superação obrigatória de uma nova vida. E tudo parece começar ali naquele momento. O que corria livremente como a água do rio, agora existe uma barreira até a chegada deste rio.

Todo este relato falo em experiências palpáveis e isso acontece na vida de todo mundo mais cedo ou mais tarde.

A superação emocional, esta é a mais dolorosa e demorada de se esvaecer; o sentimento da dor da perda é próprio da imaturidade do espírito. Somos falhos e em evolução. Essas dores são essenciais para medir a nosso grau de evolução. Alguns estudos de cunho espiritualistas expõem conteúdos sábios e mostram o espírito evoluído e em evolução.

A superioridade ás coisas da matéria é de fato coisa de espíritos que carregam uma boa evolução. Aparentemente é fácil se livrar desse aprendizado, mas quando nos vemos numa situação de prova e expiação é que podemos medir o que aprendemos no decorrer destas aulas.

Para se ter um embasamento deste aprendizado é simplesmente pegar os frutos do passado, espalhá-los no presente para ver o que devemos e o que não devemos tirar proveitos e assim servir de reflexão no futuro.

Perder um ente querido é uma prova desse aprendizado. É nesse momento em que testamos todas as nossas conquistas. Sabemos discernir o que falta e o que não falta aprender para darmos continuidade á nossa existência na matéria.

Esta semana senti na pele de muitos, que perderam pessoas afins. Perdi minha mãe e tive que me deslocar ás pressas para Maceió e a dor marca profundamente a família; pois aconteceu de forma repentina. É a superação obrigatória da vida. O consenso de nossa aceitação parece se dispersar no nosso universo, falando mais alto o nosso egoísmo, pois não aceitamos a perda como um fato natural, mesmo sabendo que o traspasse é um fato natural e a vida tem que continuar.

- FIM -

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 02/01/2010
Reeditado em 02/01/2010
Código do texto: T2006705
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