A VIRADA (NO BOM SENTIDO)
Tudo igual na terra de São Lula. Lá, como cá, está às desertas. Mudou o calendário – hoje é o primeiro dia de um novo ano. De resto, permanece o mesmo. Em alguns lugares tem gente comemorando o prêmio milionário da Mega Sena da Virada – acordaram ricos (ou mais).
Isto sim é uma virada!
O Show da Virada não mudou em nada. Pessoas aglomeradas – na Avenida Paulista, na praia de Copacabana, no chapadão dos Ministérios – tudo igual! Os artistas-cantores foram os mesmos dos anos anteriores. Povão pulando ao som do Calcinha Preta (Você não vale nada!), do galã sertanejo Leonardo, do sambista carioca Zeca Pagodinho, dos antológicos Lulu Santos e Martinho da Vila – nossa!
Quem está doente despertou doente, quem tem dores da alma não se curou – só porque deu uma virada no calendário. Quem sempre esteve feliz, continua sorrindo. Projetos permanecem engavetados, promessas esperando o cumprimento.
Dívidas no cartão de crédito aumentaram com as extravagâncias do Natal, a corrida atrás do prejuízo sofrido com as compulsões. Os Shoppings começaram as liquidações (acho que vou lá conferir). O tempo já começou a correr, sem que possamos segurá-lo. E quem se interessa em parar o tempo? A chuva continua castigando, neste primeiro dia do ano – e Deus sabe até quando!
Daqui a pouco vem o Carnaval, a Páscoa, as férias escolares e os aventureiros seguirão para as praias – de novo – enfrentando congestionamentos de dez horas, ou mais! E eu – se a vida não me reservar alguma surpresa desagradável e inesperada – estarei aqui, “metendo o pau” na mesmice de todos os anos!
Espero, para mim, uma virada daquelas! Em todos os sentidos!
É assim! É a vida... É a vida... É a vida!