DESPEDIDA
Olá, eventuais leitores de “Literatura”.
Encontramo-nos semanalmente nos últimos trinta e quatro meses, sendo vinte e seis deles nesta coluna em que escrevi – ou tentei escrever – contos, crônicas e críticas literárias, colaborando eventualmente na segunda página com artigos políticos, sociais, econômicos e culturais.
Durante esses dois anos e dois meses, recebi pouco mais de cento e oitenta mensagens eletrônicas de leitores que concordavam, discordavam, se perdiam em reflexões inconsistentes ou se armavam de argumentos bem estruturados.
Fui abordado nas ruas, restaurantes, livrarias e universidades por leitores assíduos de Palmital, Assis, Maracaí, Paraguaçu Paulista e Tarumã cujos contatos contribuíram para o amadurecimento diário e o aperfeiçoamento contínuo que culminaram na conquista de seis prêmios literários nas categorias contos e crônicas em concursos de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Grande parte desse sucesso decorre da escrita semanal em jornal que, nas palavras do acadêmico e imortal Moacyr Scliar, estimula a disciplina, baseando-se no tamanho do texto e no prazo de entrega. Pela criação da coluna e pelo convite para escrevê-la, agradeço a Carolina Marquezini, diretora de redação.
Se a vida constitui-se de etapas e se Sêneca estava correto ao despertar os amigos para suas peculiaridades, meu ciclo de colaborações no Jornal de Assis se encerra para que tantos outros comecem e, em seus tempos, igualmente findem.
Fico absolutamente grato aos leitores anônimos ou identificados que me acompanharam regular ou eventualmente, a Carolina Marquezini e a toda a equipe do Jornal de Assis, aos amigos que fiz por meio da imprensa assisense, entre eles o filósofo Marcio Alexandre da Silva e o grande poeta brasileiro Antônio Lázaro de Almeida Prado, aos escritores com quem mantive contato e às editoras que confiaram – nem sempre gostando do que liam – em nosso trabalho.
Aproveito para desejar boa sorte ao novo titular da coluna ou das colunas que vierem a sucedê-la, exprimindo sinceros votos de que a Literatura e a Arte sejam semanalmente brindadas com crônicas, contos e críticas literárias, sempre que possível estabelecendo relações na grande área de ciências humanas, destacadamente a teoria Literária, a historiografia, a sociologia, a filosofia e a antropologia.
Assim como os demais, o ano que se aproxima nos traz surpresas. Elas são indispensáveis para nos apresentar caminhos de evolução. Meus caminhos de evolução foram – e continuam sendo – possíveis graças a estrutura familiar que tenho. Gostaria sinceramente que, no próximo ano, cada um de vocês tivesse a sorte e o privilégio de ter uma grande família.
Sempre que lembro, agradeço pelos pais que tenho: o psicólogo José Antônio da Silva e a pediatra Veralúcia Regis do Nascimento Silva. Jamais seria nada sem eles assim como jamais seria nada sem minhas avós Laura (em memória) e Isaura e, muito menos, sem meus irmãos Regis e Jovian. Até meu irmão Jovian - que não gosta muito ler - inicia seus entreveros de escrita.
Agradeço especialmente às minhas “filhasdrastas” Emily e Natália por fazerem da infância uma maneira de escapar de minha rabugice e a Adriana, pela paciência, pela dedicação e pela solicitude que brotam da prática diária do amor erótico e, predominantemente, fraterno.
Aos que nos acompanharam durante todo esse tempo, meus agradecimentos e votos de um fabuloso 2010.
*Publicado originalmente no Jornal de Assis (Assis – SP) de 31 de dezembro de 2009.