Feliz Ano Novo?

Dias sem escrever. Sento em frente ao meu teclado e tento ensaiar uma cronica.

Época favorável à cronicas, visto que vivenciamos muitas experiencias. NAtal, Ano Novo, novidades, festas, espíritos

amenizados de suas dores. Amenizados?

Existe entre nós espíritos que jamais serão suavizados, amenizados, sequer iluminados. Tento me concentrar, para falar de

coisas boas, um texto com o que de poesia. MAs ao longe, digo, logo ali está acontecendo uma guerra. São rajadas, tiros de

toda espécie, que não pretendo saber identificar. E fico imaginando as pessoas de bem que residem naquela, nessa comunidade.

Como suportam? O que fazem quando inicia a guerra?Rezam? Oram? Escondem-se?

É véspera de Ano Novo. Ano Novo para quem? Pergunto.

Poderia ser sim, um novo ano para esses facínoras que tiram a alegria de viver de trabalhadores, que cansados da labuta do

dia-a-dia só desejam chegar em casa, assistir sua Tv, brincar com seus filhos, ou tomar a geladinha com o vizinho. Poderia

ser sim, um novo ano para esses que teimam e com pouca ou qualquer perseverança presenteiam aqueles que ali moram com

bombardeios,balas traçantes, e afins. é uma guerra sem preconceitos. Atinge à todos indiscriminadamente.Poderia ser sim, um

novo ano para esses desgraçados que matam inocentes, trabalhadores, crianças, idosos, que presos em suas deficiencias

esperam apenas dias melhores.

Ano novo para esses que vivem da morte alheia. Da morte adquirida à conta-gotas em pequenos papelotes, em predrinhas, em

sacolés, e outras tantas formas. Ano novo , sim poderia ser, um novo ano para os policiais que se vendem aos seus algozes,

que se matam pelas causaspor eles mesmos causadas. Ano novo para os políticos que ocupam seu tempo entre meias, cuecas e

panetones. Ah! Um novo ano, para o eleitor vendido, para o jovem consumidor de drogas que financia essa guerra.

Um novo ano para esses é o que desejo!

Um ano novo nas profundezas do inferno, para que possamos lembrar um dia dos nossos anos velhos, em paz!