SER DIGNO DE PENA.

Estive lendo hoje ocorrências com pessoas que conheço e outras que não conheço pessoalmente.

Fico sempre a me perguntar qual a razão das pessoas não terem noção do que seja ridículo.

Seria um “phatos”? Existiria doença, patologia?Pathos traduz sofrimento, mas, também, excesso em grego.

Por mais que pareçam não serem doentes, essas pessoas são altamente doentes, doentes da pior doença, pois foram feridos na personalidade desde o nascimento.

Os enquadramentos são variados e densos.

É verdade que o equilibrio pleno, a noção real de se posicionar dessa ou daquela maneira, não é nem unanimidade nem razoável maioria.

Nas atividades temos bons retratos desses perfis, não sendo difícil de exemplificar.

Tudo é válido sob a bandeira de pretender aparecer. Por quê? Para quê?

É legítimo o sonho que pode se tornar realidade, mas é ridículo o alcance a que tranquilamente não se pode chegar e leva ao linchamento da personalidade.

Assiste-se o fato, a desfiguração do ser pretensioso como pessoa, a tornar-se digno dessa pena que ninguém sadio quer. Já assisti algumas vezes esses linchamentos.

A fama é perseguida e sempre foi por todos para serem apreciados, festejados, celebrizados, reconhecidos, mas existem limites.

O limite é ter a noção real de como se conduzir para alcançar este ou aquele objetivo e se temos a mínima condição de chegar ao objetivo.

Se ultrapassamos nossa realidade ficamos, restamos dignos de pena. Incide o excesso, o “pathos”.

O vocábulo assenta a significação.

Esta é a pena que pune de forma diversa, pena de comiseração por se ver o que o apenado não vê, sua exposição que faz involuir.

Não é pena retributiva nem educativa, é tratamento piedoso que a sociedade, por vezes com mordacidade, impõe.

Bom de considerar que a pena em sentido retributivo tem uma origem que pune a desproporção entre o “ser’ e o “pretender ser” que também se forra de arrogância, pois com a queda do Império Romano, no século IV, e a conquista dos povos germânicos (bárbaros – estrangeiros) sobreveio o direito germânico, sob forte influência da Igreja e do direito canônico, pelo qual a vingança divina era exercida em proporcionalidade do “pecado” cometido pelo acusado contra Deus.

É uma visão de não-arrependidos na idade média, substanciosa em crueldades punitivas.

Importa nas extremidades que se tocam que esse pecado não era só o capital, mas o de “falta de humildade” dos que se distanciam da humildade em “ser”, os pobres de espírito e dignos de pena.

É necessário que se ajude tais pessoas, podendo.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 30/12/2009
Código do texto: T2003369
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