Esperança.
Em uma tarde em que o calor paralisa o vento e a alma, assim como o corpo, sente saudade, ela contempla lembranças de um ano febril.
Fiel aos sentidos, acentua ou minimiza fatos, conforme as atuais sensações. Também separa a vida da imaginação.
Em gestos que lhe exige certo esforço ela rasga, guarda, apaga, ressalta, esquece e lembra o que é para ser lembrado.
Já é quase noite, quando aliviando o cansaço, ela prepara um banho com arruda, sal grosso e esperança.