Presidente do Planeta Terra

Dois fundamentos básicos fazem com que a humanidade caminhe rapidamente para o caos: Ganância e a Competição. Esses vícios movem pessoas, governos e países na direção das conquistas necessárias para manutenção do egocentrismo. Por que precisamos disso? Uns dizem que é o instinto selvagem que habita em nós e nos força a agir assim. Outros dizem que é para isso que fomos constituídos como raça. Qualquer que seja a justificativa, é o planeta terra quem está pagando a conta e faz com que todos que habitem nele, concordando ou não com os rumos que os governantes tomam, paguem essa “conta” junto.

Num exercício de imaginação básico, é simples perceber que a humanidade provoca sua própria extinção quando age pela ganância e de forma competitiva. Uma das soluções - que acredito ser viável - é a eleição de um único Presidente do Planeta Terra. Parece maluco? Mas pense comigo: Se conseguíssemos unificar todos os países na sua melhor vocação, ou seja, aquele que tem melhores condições agrícolas, se especializasse nisso, aquele tem que mais competência industrial idem, e assim por diante, sendo regidos por um único Presidente que não precisasse mais ser ganancioso, pois tudo faz parte de um todo, e não precisasse competir mais, pois os países se complementariam, poderia ser uma solução interessante de sobrevida.

A teoria é a seguinte: se você não tem ninguém para competir o que lhe resta é fazer. Para deixar seu legado, é provável que faça da melhor forma que sabe.

Imagine assim: teríamos um Presidente geral do Planeta Terra, eleito pelos presidentes dos demais países (chamados agora de unidades). Essas unidades passariam a ser como ministérios e/ou secretarias e responderiam diretamente para o Presidente. Se algum coordenador de unidade criar confusão ou não quiser seguir as ordens do Presidente, pode ser substituído de imediato. Não precisaríamos ter mais armas para defender as fronteiras, pois não haveria mais fronteiras. Não precisaríamos de nada bélico que foi construído com objetivos de invadir uma nação. Não teríamos mais exportações e nem importações apenas transferências e equilíbrio de recursos entre as unidades. Estabeleceríamos uma língua única. A nacionalidade de todos passaria a ser: terráqueo. Tudo o que fosse realizado seria para manter o país único de forma sustentável, não gananciosa e não competitiva.

Não se trata de montar uma estatal gigante. Na verdade o objetivo aqui é não ser mais fragmentado e sim um todo. A fragmentação gera esse desvio de conduta levando à ganância e à competição. Se eu tenho poucos recursos, quero mais; e para querer mais de forma pacífica, tenho que produzir mais para ter dinheiro e poder comprar os recursos que me faltam. Desta forma é criado um círculo vicioso que nos transforma em seres competitivos, por querer produzir mais, de forma eficaz e eficiente, e nos torna também gananciosos, sempre querendo mais.

Isso é comum no ser humano. Ninguém, dentro de um curso natural da vida, troca uma casa pequena por uma casa menor ainda. O que geralmente acontece é que queremos uma casa maior. A mesma coisa com carros, roupas etc; sempre procuramos “bens” melhores para substituir os bens mais antigos. Essa é a ganância sem fim. Ainda na mesma linha de raciocínio, para ter as coisas melhores eu preciso ser melhor também, assim eu me comparo com os outros e procuro competir para levar mais vantagens.

No final da história, acabo me tornando um ser humano extremamente competitivo, predador e com uma vontade de ter cada vez mais recursos para mim e para o meu entorno. A população toda do planeta tem esse mesmo raciocínio. Pense como faremos para controlar isso! Uma coisa é certa: não existem recursos para todos. Se fosse possível proporcionar recursos em abundância para todos, necessitaríamos de mais alguns planetas.

Depois do mandato do primeiro Presidente do Planeja Terra, eleito pelos coordenadores das unidades, poderíamos evoluir e elaborar eleições diretas para escolha do Presidente. Com alguns mandatos poderíamos evoluir mais e ver que não precisamos de nada disso, apenas uma consciência reflexiva melhor. Até lá, vamos mudar o paradigma atual eleger um novo Presidente: o do planeta terra…

Xiko Acis

Filósofo & Consultor

www.xikoacis.com.br

Primavera/2009.