ENQUANTO CAMINHO PARA 2010






Estou em férias, a poucos passos do Ano Novo, mas decidi publicar esta crônica pincelada com as idéias que passearam comigo numa tarde na praia. Eu sei... Deveria estar na doce vida, mas aqui sou Dolce Vita!


Enquanto caminho para o Ano Novo, imagino algumas escalas. No primeiro passo entendo que os problemas são inevitáveis, mas o que desgasta são os velhos conflitos que se arrastam. Novos problemas parecem mais desafiadores do que os arqueológicos (o sentido aqui é metafórico, pois literalmente os arqueólogos possuem um valor imenso ao tentar traduzir a história do homem desde seus primórdios).


O pensamento abre outra porta: familia não é sinônimo de um grupo que compartilhe afinidades. É um enorme equívoco supor que mães ou pais e seus filhos sejam um modelo que veste tamanho único de idéias e comunguem valores exatamente iguais. Conferimos valor a tudo que nos é importante e nem sempre compartilhamos esta escala.  Educar não é engessar a visão de mundo. É orientar a vida em noções éticas. Todo o resto são escolhas em liberdade. Se é que desejamos realmente formar seres livres e capazes de pensar sobre si mesmos e a vida.


Mais adiante, encontrei o silêncio. Traduzir nosso diálogo? Cada um sabe o que cala mais fundo e quando o silêncio vale mais que todas as palavras do mundo. A rima é involuntária e o sentido opcional. Se não quer dizer nada a você, a beleza está na possibilidade de divergirmos em liberdade.


Avanço em direção às gargalhadas de um grupo de amigos na mesa de uma calçada qualquer. Poucas coisas dão mais sentido à vida do que estar entre aqueles que escolhemos. O bem querer não necessariamente passa pela corrente sanguínea mas sempre aloja-se no coração.


Dobro a esquina da rua das minhas lembranças em 2009. E em todas elas a marca registrada da gentileza colore a memória afetiva. Ser gentil ou simplesmente cortês torna as relações civilizadas.


Afeto é algo que demanda tempo. Tecer laços afetivos exige investimento, compromisso, vontade, capacidade de conciliar interesses diversos, adiar prazeres, ceder, enfim, é uma construção do tempo e como minha mãe costuma dizer: "é preciso comer um quilo de sal juntos" (e entender que as pequenas pitadas diárias demoram a consumir o tal quilo).


Entretanto, gentileza e cortesia não exigem "tempo de carência" no plano de uma vida mais saudável. E se você não é sádico (nem masoquista) provavelmente apreciará ser tratado com respeito.





FELIZ ANO NOVO!



VOLTO EM JANEIRO... ;)







(*) IMAGEM: Google

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Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 28/12/2009
Reeditado em 28/12/2009
Código do texto: T1999375
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