FAXINANDO A MORADA DO AMOR

É hora de limpar a casa. Retirar o entulho que insiste em permanecer como obstáculo ao meu sublime morador. Sim, morador. Embora minha ignorância instintiva ainda tente, muitas vezes, tratá - lo como hóspede. Um conflito imenso se faz dentro do meu ser: de um lado, o eu de outrora, rudimentar, agressivo. O eu que não raciocinava; do outro, o eu que agora tem a clareza na mente, que enxerga que é hora de avançar rumo à sabedoria da sentimentalidade. Sim, porque todo sentimento puro é igualmente sábio e caminha buscando os passos da razão.

A pureza do sentimento consegue, com harmonia, aliar razão e emoção, deixando fluir naturalmente o morador, que por si só, espalha sua energia ímpar a quem quer que de mim se aproxime.

Preciso terminar a faxina o mais rápido possível, afinal uma nova era do planeta se aproxima e com ela, o sublime morador, procura sua moradia definitiva em meu interior. Necissito prepaprar meu lar.

Apanhei a vassoura e o esfregão. Já tenho a água, que eclode de lá de dentro e cai dos olhos, encharcando a vestimenta que me cobre a carne.

Por um instante, achei que já trazia minha morada limpa e alvejada.

Hoje, entretanto percebo meu engano. Não havia feito senão, uma superficial visita. Avistei um bocado de pó, que removi apenas parcialmente. Avistei folhas espalhadas pelo chão. As recolhi e engavetei. Deveria tê- las lido antes, pois não cumpri bem meu ofício e escrevi demasiadamente mal várias linhas da minha vida. Mas conforto- me ao saber que venho aprendendo a escrever uma história mais coesa, pois quando olhei as linhas escritas no passado, as enxerguei disformes, incoerentes sem nexo algum. Assim, vou aprimorando minha potencialidade de escritor da minha própria história.

Também via as paredes do meu lar impregnadas de manchas, as quais não houvera feito nenhum esforço a fim de apagá - las. Hoje, olhando mais detidamente vejo as paredes um tanto mais claras.

O passado insiste ainda em apresentar- se à minha frente. Mas quero minha redenção. Esse é o momento!

Fugir da limpeza é um hábito infeliz. É hora de renovar as energias de meu lar. Nunca havia visto com tanta clareza, mas hoje, contemplo o caminhar de alguém que há muito pouco tempo esteve tão distante!

É a hora da faxina. E eu sigo em frente. Por muito tempo achei que fosse diferente de todo o resto do mundo. A Sabedoria Plena do Universo, contudo, mostrou- me em igualdade de condições, e de certa forma, colocou- me em meu devido lugar: o lugar de quem vive os conflitos que a sucessão das existências acambam por nos impor, o lugar de quem trabalha para abrir a porta e deixar o morador entrar.

O jeito é seguir em frente, faxinando o CORAÇÃO, a grande morada do AMOR sublime, irrestrito, libertador e incondicional aos irmãos!

A todos os autores, visitantes e mantenedores do Recanto das Letras, uma grande e infindável fonte de talentos, os votos de paz, amor, união e felicidade deste escritor.

Deus abençoe a todos!

Marcello Santos
Enviado por Marcello Santos em 27/12/2009
Código do texto: T1997830
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