Correntes e ventos

Os homens do mar sabem a importância das principais atenções que devem tomar.

Dizem, e não exista quem negue este fato, que a vida é muito perigosa. Realmente é, no mar por excelência. Ele é muito grande, impõe respeito.

Três quartas partes da Terra; o continente sólido, se é que posso usar esta figura, é muito pequeno diante dele. Nem por isso menos perigoso.

Mas dizem o mar ser o inconsciente do planeta. Faz tempo que a linguagem psicológica tomou conta do pensamento humano. Ela soa como verdade mais autêntica do que a filosofia, por exemplo. Na verdade, temos aqui dois problemas. Cada um tem a sua filosofia; cada um tem a sua psicologia. Mas passando este fato por uma análise, vemos que é uma necessidade do homem.

Até hoje ninguém respondeu a indagação primordial quem somos, donde viemos e para onde vamos. O fato tem importância? Na vida prática, nenhuma. Na espiritual, é força pura, viva, pungente.

Sabemos quem são nossos pais, avós, nossos gostos e afastamentos, sentimos o amor, o ódio. São humanos, bons ou maus não estão em julgamento. Interessante este problema de julgamento humano. Temos condições para isto? Diria que para fatos simples, sim. Os importantes, talvez. E os primordiais não devem passar por julgamento, mas por crítica madura.

Complicado? Parece que não. Assim como os marinheiros levam em consideração correntes e ventos, que podem ajudar muito ou prejudicar bastante, deveríamos mirar-nos no exemplo.

Uma reflexão é válida, e deve ser feita. Ou ficamos à matroca.

Jorge Cortás Sader Filho
Enviado por Jorge Cortás Sader Filho em 26/12/2009
Código do texto: T1996474
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