A Verdade de cada um.
Quando o Divino mestre disse uma vez: “ Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará.” Certamente disse uma verdade verdadeira, uma verdade esmagadora. Nos últimos vinte anos, vivi diante de questões fundamentais e, esperei o momento apropriado frente às reflexões, algumas conclusivas, afim de reaver o elo perdido com o meu próprio ser. Sempre que me questionei, mesmo cercado por um espaço sem respostas, não me convenci de esperar por um tempo indeterminado à conhecer a razão das minhas dúvidas emergentes.
Perguntei-me, por que fechei meus ouvidos à voz do coração embora silenciosa, e me vesti com uma roupa inadequada feita de hipocrisias, embora esteja nu, e ainda assim, abri deliberadamente mão de minha liberdade interior, e por que?
As respostas não vieram simplesmente. Porque, eu estava literalmente fechado dentro de mim mesmo.
Quando finalmente aquele momento criou sua expectativa, parei e comecei por re-conceituar muitas coisas. Uma delas, levou- me a fazer uma Revolução Interior. No começo, uma sentida mudança nos rumos, onde aflorou-me novos e fecundos pensamentos, porque sendo radical e incoerente, julgava estar tudo errado. Tudo? Tudo, é muita coisa, coisa essa, improvável de se modificar e quase impossível de se praticar.
Entendi, que melhor seria ir bem devagar para não correr o risco de pré-conceituar ou, ser injusto com meus princípios valorizando por demasiado alguns conceitos, ou desvalorizando outros simplesmente, em razão das minhas emoções, prejudicando alguns padrões éticos, solidamente edificados ao longo de tantas experiências.
O primeiro ponto, referia-se a questão de ser ou não ser. Mais especialmente de estar ou não feliz.Precisava antes de tudo,diferencia-los. Compreendi, por que a Felicidade é coisa surreal, e, o que existe mesmo, e que passa como nuvens empurradas pelo vento, são momentos de êxtase e alegrias e que inutilmente tentamos prolongar. A isto, chamamos de Felicidade.São paradigmas. Mas o julgamento pertence a cada um de nós, são diferentes também na forma e no conteúdo. A Felicidade, é uma página em branco – já o disse uma vez – você nada vê, mas está ali diante dos olhos da alma desafiando a imaginação e mostrando que você pode estar sofrendo da pior das cegueiras. Isso, é uma coisa exclusivamente sua, porque ninguém pode dizer pra você, aquilo que está escrito no seu coração. Esse monólogo interior, incomum a maioria das pessoas, pode ser um diálogo com Deus. Ao compreender melhor isto, decidi eliminar todo tipo de influência que pudesse confrontar com minha Liberdade. O Divino Mestre também declarou: “ Eu sou o Caminho, Eu Sou
a Verdade e também a Vida” Provavelmente, esta foi a forma naquela época, de alertar aos corações de pedra, a necessidade e importância desta Revolução Interior. Filosoficamente, não existe uma só Verdade, um só caminho e nem uma só Vida. Existem Verdades,elas são como pérolas guardadas no fundo do mar e, nós sabemos agora que elas existem, mas, que poucos são possuidores. Essas verdades, se confundem com vero semelhanças. O Universo, é instável, e nosso conhecimento quase sempre nasce de paradoxos. Acima de tudo, é preciso amar. Não importa a forma de amor que venhamos a desenvolver, isto é uma chave com a qual poderemos abrir as portas do Reino, é a pedra Filosofal, que altera substancialmente o poder do conhecimento simples para um poder muito mais profundo, especialmente para preencher o vácuo do enigma da Vida. Existe dentro de cada um de nós uma Esfinge tentando devorar-nos a cada dia, no questionamento e no auto descobrimento: - "Dize-me quem sou, ou te devorarei..." Mas, a resposta está no interior de "nosotros", não nos livros nem nas escolas e Universidades, tão pouco nas religiões, faz parte de um mistério, e quando você olha no seu próprio espelho, o que você vê? Apenas um caleidoscópio. Enfim, trata-se da Verdade de cada um. Através da Liberdade e com amor, é possível enxergar esta Verdade fundamental: Ama a ti mesmo, afim de amar aos outros... O sentido, é o despojamento que desarma todo espírito, dos excessos da Virtude, dos julgamentos pré-conceituados , bloqueando o Ego, e liberando a alma – assim entendi o que significa me amar, tanto quanto ao meu semelhante, bem como a todas as criaturas da mãe Natureza. Dessa forma, não posso mais me permitir cegar meus olhos diante da realidade. Preciso jogar fora no lixo os preconceitos e os medos, assumindo uma nova postura diante do Bem e do Mal. Não escutar mais a voz dos falsos profetas e dar atenção a minha própria intuição e Razão Interior, limpando a sujeira do sótão do meu inconsciente repleto de excrementos colocados por mim mesmo e pelos outros desde o berço. Proporcionar o auto perdão afim de perdoar aos outros, e achar respostas, sempre que a a voz do meu coração questionar: Como Sou? Como funciona minha natureza ? Onde posso melhorar? Devo ser feliz, aqui e agora? Ou, aceitar uma felicidade surrealista? Talvez, as duas estejam diretamente proporcionais ao desejo de ser feliz. Depois disso, vou adormecer embriagado nos braços da noite, relaxado por não ter que dormir mais, com problemas que na verdade nunca deviam ter existido... Seria isso, uma espécie de egoísmo? Pode ser que sim, mas aos olhos do mundo. Para os meus olhos, este pode ser um novo caminho, um acesso que me conduzirá mais seguro na Evolução Espiritual.
Álvaro Francisco Frazão.