POR QUE TODOS MUDAM NO NATAL? POR QUE TODOS FICAM FELIZES?

Crônicas

Saio e me deixo passear sem objetivo pelo burburinho das ruas ensandecidas de alegria no meu bairro.

Lê-se em cada olhar uma alegria diferente que nunca se vê com tal unanimidade. Saudações se multiplicam. Trocam-se abraços.Compram-se presentes. As lojas estão cheias. As ruas fervilham.

São ouvidos por todos trocas de amor, abertamente, sem ressalvas, de amor ao próximo.

Alguns refletem e pedem meditação para o que se passa. Teriam essas festividades despertado o condão de consciência das pessoas para o que ocorre, a razão maior de tanta hecatombe de felicidade?

Uns dizem: é puro comércio, motivação negocial, não passa disso, interesse.

Não importa nem mesmo que assim seja, o que seja ou que motive tanta euforia. De tudo resulta uma certeza, ninguém pode negar, respira-se amor, carinho, bem-querer, afeto, solidariedade, doação.

Conscientemente ou não festeja-se o amor ao próximo, a Luz de Mitra, deus persa que deu seu calendário para o nascimento do Maior Ser Humano em Luz, Jesus Cristo, Filho de Maria e José.

Me reporto a trinta anos atrás quando fiz “Cursillos”, um dos primeiros ocorridos no Brasil, indo enganado do que fosse, certo de que seria um torneio intelectual que acresceria meus conhecimentos, mas era um fortíssimo encontro com Cristo.

O movimento perdeu bastante seus objetivos, mas fiquei transtornado e impressionado com aquela irmandade criada em quatro dias, vendo desconhecidos se tornarem irmãos em Cristo em pouquíssimo tempo, quatro dias mágicos, como se conhecidos fossem datava tempo.

Esse burburinho de amor ao próximo nas ruas me trouxe essa lembrança e a força do Cristo já em mim amadurecida.

Se todos os dias essa força pudesse ser acionada o mundo seria melhor, isto é claro como a felicidade difusa que se flagra a todo instante.

O espírito de Natal, em todo o mundo, demonstra qual o único caminho possível e passível de unir todos.

Há na festa de Natal em todos os corações a mais pura sinceridade, mesmo os de má índole se aquietam, as guerras arrefecem, concede-se uma pausa, os distantes do amor se aproximam dos entes queridos.

Por que somente neste dia respira-se essa atmosfera absolutamente diferente de todos os outros dias do ano?

Este significado exclusivo nada define de mágico, infinito, indecifrável, absoluto, predestinado?

Há festejo mais significativo e envolvente? Tudo isso não tem uma representação extraordinária a descrever, exemplificar, mostrar e demonstrar algo extremamente diferente de tudo que se passa a nossa volta?

É nessa ordem de idéias que devemos nos centrar e lutar para a perenização dessa incalculável força; o amor.