AS PRESTAÇÕES DA VIDA (recebe-se como salário a morte pelo mal que se faz, e paga-se com a vida o bem que se faz)
Por Claudeci Ferreira de Andrade
Do que adiantou tantas capacitações, cursos e mais cursos, dedicação integral ao trabalho(60 horas aula), todos os seus salários e bons propósitos para o futuro? Se assim pensava conquistar mais vida, foi a morte que a conquistou repentinamente! Por que aquele não fartar-se de tanta estresse e correrias?
O mundo estava se deteriorando ao seu derredor, mas ela ainda assistia os "pobres" e estava sempre ocupada demais com os necessitados. Também não perdia oportunidade para ganhar mais dinheiro, mas nem movimentava sua própria conta bancária, era sua irmã, chamando assim a atenção de todos para o essencial da vida. E as obras de caridade ajudaram-na em quê? Ah, os caridosos também morrem e deixam sua boa imagem para apenas refletirmos e nada mais! Mas tudo bem, se todos pensassem assim, quem iria ajudar o próximo? Quis garantir o seu futuro sem saber o que significava o presente. Sua despretensão de si mesma revelou verdadeira falta de consagração à vida, quem sabe a vida agradecia! Então, só nos deixou saudades, sendo que o prolongamento e a intensidade da vida eram possíveis. Pois, foi muito cedo!
Quando enfeitiçada pelo “romantismo” de ser cada dia melhor, estava em desarmonia com a realidade em que vivia. Mas, contudo, não podia colher a morte como resultado por ser sonhadora. Estou pensando na Professora "Lourdinha". E me desculpem por está com meu lado emocional abalado. Qual aluno não a desrespeitou, e agora a homenageamos! Só não sabemos se celebramos a morte ou a vida dela. Será mesmo que existe a lei da causa e efeito infalível? Será que a colega de trabalho que chamou de salafrária, lamenta agora por ter tido parte em sua despedida?
O livro de Ageu na Bíblia diz que devemos considerar o passado e não sermos irracionais em nossa análise do que realmente está acontecendo. Pelo menos, quando fazemos do nosso presente o centro de nossa vida, temos acesso ao futuro automaticamente coroado com uma morte madura. Ela, minha doce professora, que muito me ensinou, e agora é mais fácil administrar meus dias com esta sua última lição: "recebe-se como salário a morte pelo mal que se faz, e paga-se com a vida o bem que se faz". Não creio em ressurreição, mas vivo como se houvesse, pois o que vier será lucro. Que bom seria, se houvesse a ressurreição para eu rever minha "Lourdinha"!