Sobre a pré-produção de A Caixa

“No universo tudo é relação

e nada existe fora da relação.

Cada ser ajuda o outro a subsistir,

a co-evoluir e a compor

o teatro esplêndido da natureza.”

Terra América (Leonardo Boff)

Tem uma caixa querendo abrir. A barba do Abelardo abençoou. Elano e eu estamos prontos pra abrir. Abrir a arte é como abrir a vida. Abrir a vida é parecido com abrir a criança dentro da gente. Inny diz que vem. Fernando diz que vem. Janér diz que está. Luciana diz que está. Ana Clara – nossa estrelinha – diz que está. Ainda faltam algumas peças e ferramentas para abrirmos a caixa. A caixa vai precisar de carinho e técnica. A caixa vai precisar de amor. Ela vai precisar da criança interior de alguns homens e mulheres – talvez não muitos. E também vai precisar do homem e mulher das crianças.

O que há dentro da caixa? Dentro da caixa há um poço. Dentro dela há um machado. Dentro dela há uma flor. Há um violão. Há um ponto de interrogação. Já silêncio e cores. Há mil linhas do tempo. Dentro da caixa há uma caixa de surpresas. E outras caixas. E mais outras. Há vinho. E também guaraná e pipoca, e algodão-doce. Há espelhos. Há retratos. Há generosidade e beleza.

O roteiro d’A Caixa – o futuro curta-metragem – está pronto para virar matéria lapidada. Pronto pra ser estudado e revirado como caixa de presente. Congratulações a todos os amigos que estão acreditando no projeto. Queremos fazer uma pequena “obra de arte” - claro -, que poderá vir ou não ser venerada por todos nós. Não importa: os dias dirão. Queremos que o pequeno filme seja pleno de vida e de humanidade. E só pode venerar a arte quem venera a vida. Veneremos a vida. Um abraço carinhoso em todos.

Luciano.