Livre-se do Papai Noel
Tem gente que odeia o Natal. É fome na terra e foguetes no céu, conforme os incrédulos e livre pensadores. Também reclamam da quantidade enorme de hipocrisia destilada pela humanidade nessa época. A sociedade de consumo coloca no mesmo saco o nascimento de um Salvador do mundo com pão, queijo, peru, castanha, bebidas, família reunida, criança correndo pra lá e pra cá, presentes idiotas. No Natal eu perco a sensibilidade.
E o tal do Papai Noel? Quando meus filhos eram garotos, eu fazia um esforço enorme pra comprar umas coisinhas pra eles no Natal, e quem levava o crédito era o filho da puta do Noel! Esse cara consegue ser mais lembrado do que Jesus Cristo no Natal, mas não é de graça. Ele é o símbolo da Coca Cola. É ele quem diz como você vai gastar a porcaria do seu décimo terceiro salário.
O maior comunista que pisou na terra, Jesus Cristo, serve de emblema para a orgia de consumo, com aquelas luzinhas idiotas e os velhinhos de barba branca com criancinhas no colo. Alguém disse que aquilo parece mais uma putaria pré-pedofílica gigante.
Tem escrotagem maior do que forçar as pobres mocinhas vendedoras de lojas a usar aqueles gorrinhos do papai noel, quentes como o diabo no nosso clima tórrido de dezembro? E haja mamãe noel, cachorro noel, gato noel, enfim, uma zorra total de mal gosto e colonialismo cultural.
O “bom velhinho” filho da puta ainda obriga os pobres dos carteiros a trabalhos extras, entregando porcarias de presentes comprados nas lojas de 1,99 para crianças famintas das periferias. E o tio que resolve se fantasiar de papai noel? Tem coisa mais ridícula?
Uma cidadezinha da Alemanha resolveu proibir papai noel. A campanha visa promover a figura de São Nicolau e resgatar tradições natalinas. A ideia é incentivar os cidadãos a substituir o "bom velhinho" pela figura histórica de São Nicolau. "O Papai Noel é um personagem artificial" argumenta o prefeito. "Ele não lembra em nada São Nicolau, que ajudava pessoas carentes e era um amigo das crianças", explica. Fluorn-Winzeln é um lugarejo com pouco mais de 3 mil habitantes localizado às margens da Floresta Negra. A região é uma "zona livre de Papai Noel".