CRÔNICA - JESUS, MUITO ALÉM DO PRESÉPIO

O Natal está no ar. Paira entre os homens, o espírito cristão, porque Jesus traz mais uma vez, a mensagem da paz, da generosidade, da humildade e do amor.

Porém, o mundo atual, clama por um novo Natal. Jesus não pode ser apenas aquele adorável menininho em seu bercinho de palha numa bucólica paisagem de estábulo. Ele, nos dias de hoje, são todos esses homens que lutam pela sobrevivência em meio às injustiças de um mundo tão desigual.

É preciso que o presépio seja, antes de tudo, a casa de "Sagradas Famílias", onde Josés e Marias labutem todos os dias pelo pão de cada dia, mas perseverem também no pão do espírito. Jesus não pode ser lembrado apenas numa rica ceia de Natal em que, por instantes, as pessoas façam votos de boas intenções ou tenham impulsos temporários de boas ações.

Nesse tempo são comuns as campanhas do tipo "Por um Natal sem fome". Na verdade muitos apenas querem evitar que a lembrança do irmão com fome ofusque o brilho de suas fartas ceias natalinas. Um desencargo de consciência, talvez, pois, após o Natal a fome do irmão continua.

O Natal não é um dia. Precisa ser um tempo permanente. Isto, porque Jesus está a todo instante por aí e de invisível não tem nada. Está caído pelas esquinas, deitado pelas calçadas ou na solidão das praças. Está por aí, nas fábricas, nas lavouras,nos leitos dos hospitais, nas prisões, nos mais diversos lugares, nas mais variadas formas.

Se desta maneira o reconhecemos, então por que não o amamos ou o socorremos como é preciso? Esta é a forma de o enxergarmos muito além do presépio

Nos dias de hoje, em que cada vez mais os modelos de família se diversificam, viver verdadeiramente o sentido do Natal vem com um sentido especial. Não importa como sejam as pessoas ou as famílias. Ele sempre haverá de vir para habitar os seus presépios. Importa que estes, sejam sim, realmente vivos, para que junto às Marias e Josés, Ele possa trazer sua verdade: paz, esperança, amor e fraternidade entre os homens desta terra.

MARINA ALVES
Enviado por MARINA ALVES em 22/12/2009
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