FURA-FILA
Outro dia fui no Hopi Hari com meus filhos. É, sem dúvida, uma diversão insana. Você enfrenta fila no estacionamento; para retirar os ingressos (comprados pela internet); para comer; beber água e – sobretudo – para andar nos brinquedos.
Há brinquedos, como a Montanha Russa, em que a espera chega a três horas. Noutros, se você for feliz, a espera é de apenas uma hora e meia. Conclusão, num dia inteiro, você passa oito horas em filas e anda em quatro brinquedos.
Pensando nisso o Hopi Hari instituiu o chamado HopiPass que permite ao usuário “furar a fila” de quatro brinquedos.
Ou seja, o sujeito paga para passar os outros para trás. É imoral! Trata-se da consagração da “Lei de Gerson”, aquele que gostava de levar vantagem em tudo.
O que causa espanto é que muitas pessoas acham tudo normal.
Alguns se dão mal, como aquele que logo após conseguir entrar no parque dirigiu-se à fila do Hopi-Pass, para "furar fila de brinquedos", e após passar 2 HORAS E 35 MINUTOS, foi informado que os ingressos tinham acabado.
Bem feito!
É irônico. Pegar uma fila para furar as outras filas...
Lembro-me de uma amiga, um pouco gordinha, que gostava de locupletar-se entrando nas filas preferenciais de gestante.
No banco, no supermercado, em qualquer lugar...
Um dia, porém, numa dessas filas, uma moça atrás, grávida, perguntou-lhe:
– Oi mamãe, quantos meses?
Surpreendida com a pergunta, respondeu:
– Quatro meses.
A moça grávida – desta vez – que ficou surpresa:
– Quatro meses! Nossa, com esse barrigão, pensei que já estivesse com sete meses!
Depois dessa, ela nunca mais furou filas.