Eu sou assim - depoimento para a revista (BVIW)

Gosto, gosto sim de estar no meio de artistas! Embora trabalhar em novela seja estafante. Diferente do teatro, que faço desde criança, e gosto também. E se estou aqui, não é por acaso, é pelo valor do meu trabalho.

Junto com um bom papel na televisão vem logo a fama. Dá um pouco de medo, sabe, um friozinho na barriga...Sair na rua e ser reconhecida. Gente que pede autógrafo, todo mundo olhando pra você com aquela curiosidade... Tem gente que pensa que eu ‘sou’ a personagem, então fica falando que não devia ser tão malvada, que sou mimada, que tenho é inveja da minha irmã, ciúme doentio... Essas coisas... É, me chamam de Isabel...(risos). Vai ver que nem sabem meu nome.

Claro que é bom! Quem é que não gosta? Eu só fico pensando que a gente não pode se perder nessa onda. Sou jovem ainda, tenho muito chão pela frente. Quero me espelhar na atuação das grandes atrizes. Trabalhar ao lado de atores experientes é uma aula permanente. Contracenar com eles é um barato! A gente tem medo de gaguejar, de meter os pés pelas mãos. Mas os colegas são super legais. Às vezes eu erro e a Lília Cabral morre de rir. Aí a gente começa tudo outra vez. Eu a admiro muito. Além de linda, com aqueles ooolhos, parece que tem a alma de todas as mulheres dentro dela. A do povo, humilde, maltratada, que apanha do marido, ou essa ex-modelo, milionária, toda elegante. Que também sofre por ter sido desprezada, ‘trocada’. É amarga e sabe transmitir isso muito bem, entre lágrimas e risos.

Namorado? Não tenho, não. Mas logo vai aparecer um cara legal. Aí então...

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(*) Texto de ficção, inspirado na realidade televisiva