A Lenda do Sr. Jacksoma
Era o ano 45 (antes de Cristo)
Num lugar onde o Sol era deveras escaldante
Lá o 1º Soldado onde hoje é a Arabia Saudita
Caminhava austero desbravando a Terra Triunfante
Seu nome era Ahmad Maskar Ali
Um sanguinário soldado a espreita
Ávido por conseguir Terras e outras conquistas
Sem se importar com a devida nobreza
Não tinha amor, tampouco benevolência
Por aqueles considerados fracos e oprimidos
Matava sem dó, sem misericórdia
Por isso era tão odiado e tão temido
Ao invés de amor, plantava o ódio com a espada
À todos aqueles que sobrepusessem o caminho
Arrebatando famílias, casas e vilas
Não tinha medo de nada, por não saber seu destino
O cruel soldado seguia sua vida
O amor não tinha espaço no seu coração
Mas a vida que corrige tudo a seu tempo
Já programava a perda do seu querido irmão
Numa festa regada a comida e vinho
Alguém havia a bebida envenenado
E sem saber do intuito que ali persistia
Seu irmão daquele líquido havia tomado
Ao saber da morte de seu prestimoso irmão
O sanguinário soldado ali percebeu
Que um leve toque de amor havia nele brotado
E o sentimento divino o envolveu
Não entendia ele que era a mão do divino
Trabalhando naquela imensidão
Havia anjos tentando ajudá-lo a corrigir sua vida
Mas ele cego, nada via além de ilusão
E foi por pouco tempo que durara-lhe o sentimento
Pois o ódio pela perda novamente o acometeu
Saiu então com sua sede de vingança
E quando ia tirar mais uma vida, se surpreendeu
Um negro sofrido com olhos rasos d ‘ agua
Implorava para poupar-lhe sua bendita vida
E dizia ao soldado que a violência nada lhe traria
Que um dia de seus atos, se arrependeria
Após ouvi-lo, riu-se o Soldado Cruel
Sem dar atenção já que matara a tantos
E o negro sabendo que perderia sua vida naquele momento
Disse-lhe algo antes de cair em total pranto
-Um dia vai se arrepender por tudo o que fizestes
E nesse dia lembrar-se a do que te disse esse homem
Que aqui implora pelo direito de viver a vida
Jamais te esquecerás que Jacksoma é o meu nome!!!
Morreu o negro pela espada de Ahmad
Logo após terem sido proferidas suas últimas palavras
Que haveriam algum dia de serem lembradas
Pelos ecos daquela mente tão atormentada
Passou-se o tempo e seguia seu rumo
Mas os atos maldosos antes praticados
A muitos havia enfurecido
Vivia todo tempo cercado para não não ser agredido
Porém como a Lei do retorno é uma Lei severa
Não castiga, nem pune, mas corrige com vigor
Chegou-se o dia do pagamento de tantas dívidas
E viu-se ele diante da colheita que plantou
Pelas costas seu algoz o acertara
Tirando-lhe o cordão de prata e sua energia
Sua centelha de vida ali se apagara
E pro astral agora sua alma se dirigia
Naquele escuro, breu incessante
Onde remoem-se em dor os “Eus opressores”
Deu-se conta do que havia feito com sua vida
Seus erros, seu atos praticados
Os ecos de tantas vidas partidas
Por lá permaneceu por mais de 2000 anos
Preso às lembranças de sua vida passada
Sofreu, chorou, suplicou por ajuda
E vez ou outra via uma luz no final da estrada
Mas quando chegava perto, a luz se fechava
E novamente naquele túnel sem fim ele se via
Já não possuía mais armadura, tampouco uma espada
A não ser aquela que eu seu peito ainda jazia
Em frangalhos já não tinha mais esperança
De sair daquele terrível lugar
Mas de repente novamente a luz se acendeu
E sem perder tempo, tentou entrar
Era 2 de dezembro do ano de 1970
E alguém com espíritos tentava se comunicar
Através do jogo do copo (a epitologia)
Uma menina de 14 anos estava a brincar
Seu nome era Nik e mostrava seu jogo
Ao seu Pai que há muito com a espiritualidade lidava
E vendo ali uma forma de salvação pros seus erros
Ahmad Maskar Ali ao poucos se achegava
Quando a menina então seu nome perguntou
O filme de sua vida em sua cabeça passou
Das palavras tão sábias daquele velho negro
Que tão maldosamente a vida ele tirou
Naquele momento ele já não era mais o soldado
Pois sabia que a vida ao mesmo tempo que dá, também toma
Com honra decidiu que seu nome agora aquele
E respondeu em alta voz: Sou Jacksoma!!!
Entre soluços de alguém arrependido
Por tantas barbáries por ele causadas
Decidiu que aquele ponto era apenas o inicio
Pra galgar a evolução daquela sua nova jornada
Havia aprendido a duras penas
Que seu caminho era a luz espiritual
Veio aprender junto a uma menina
O que era honrar o Ser Divinal!
Reconheceu as suas diversas falhas
E novamente em pranto se recolheu
Ao reconhecer que em vida encarnado estava
Seu tão amado irmão que perdeu
Era o nosso amado e querido Padrinho Natalício
Que por tanto tempo na luz já trabalhava
Sendo o Olhar Divino o pontinho de luz brilhante
Que ele tantas vezes no túnel escuro enxergara
Desde então tomou como seu esse nome
Uma forma para das cinzas ele sair
Feito uma Fênix voadora
Jacksoma passou assim a existir
Trabalhando na linha dos Mestres supremos
Com disciplina aprendeu a trabalhar
Vestindo-se com o manto puro da nobreza
Estando na luz como deve estar
Amando ao próximo e ajudando
Foi essa a trilha que desejou permanecer
Levando um exercito de luz pelo mundo
Oferecendo sua luz aquele que quer vencer
Se tornou então o Mentor do Olhar Divino
Que reconheceu a sua luz e o seu amor
Que transbordam feito chuva de luzes coloridas
Quando ouvimos: Sou Jacksoma e aqui estou!!!
Escrito por Auricélia Oliveira para a festa de confraternização do Templo Espiritual Olhar Divino em 5 de dezembro de 2009.