E-mails...uma paixão!
Somos amigos há algum tempo. Amigos virtuais, mas não importa...SOMOS AMIGOS. Esta amizade começou do acaso. Meu provedor da net fez algumas mudanças e nesta meia confusão que se tornou acessar nossos e-mails, fomos acrescentados um a lista do outro, eu nem me apercebi, ou melhor, em alguns momentos achava que minha lista havia crescido, mas não parei para verificar, deixava sempre para depois. Ele não...muito observador , logo, logo notou que havia uma intrusa em seu território e, partiu para os esclarecimentos. Muito delicado e educadíssimo mandou um e-mail sobre o assunto, relatando inclusive que sua prima recebia , também, e-mails meus, mas não lembravam de onde me conheciam. Aí quis o acaso que nos identificássemos um com outro e ficamos muito amigos. Nossa amizade começou e vingou como todas as amizades reais, conversávamos, contávamos as ocorrências que achávamos importantes, interessantes, as que nos indignavam ou mesmo as sem nenhuma importância. e nessa troca de e-mails descobríamos paixões comuns: música, filhos, netos - ele já os tem, eu quero tê los -, e outras tantas. Nos apresentamos através de fotos, depois foi a vez de conhecermos as nossas famílias - através de fotos, também -.
Meus amigos reais que , também, têm amigos virtuais, vivem preocupados com a internet e com as coisas que acontecem. Reconheço, é preocupante mesmo, mas ninguém está livre de acontecimentos desagradáveis, afinal estamos aí andando pelas ruas, nos locomovendo através de ônibus, de carros, de táxis, entrando e, muitas vezes, permanecendo por alguns pares de horas em bancos, em super mercados, restaurantes, lanchonetes... enfim estamos vivendo e, hoje em dia "viver" é bem perigoso.
Meu amigo e eu nunca sentimos nenhuma necessidade de presença, ou tivemos qualquer motivo para desconfiança, nossa amizade sempre correu no maior respeito e confiança, até que um dia ela foi abalada por minha causa - essas idiotices que a gente faz e fala e, também, se arrepende, mas já fez...-.
Resolvi pedir que me ligasse e assim ele fez... Foi diferente conversar com uma voz e não com as letras...Uma voz forte, máscula e bem bonita...Mentira minha, não foi diferente...foi emocionante as palavras que estava acostumada a ler receberem um som... terem uma entonação... uma cadência... e, interessante não terem sotaque - meu amigo é Nordestino...
Agora em nossos e-mails brincamos a respeito da falta de sotaque... é voltamos para nossos e- mails, descobrimos uma nova paixão... E-mails.
(Maria Emilia Xavier)