O MITO CONTEMPORÂNEO
<><> Embora nos tempos modernos o herói não precise tanto ir à guerra, o processo de mistificação é quase o mesmo.A diferença está no emprego de máquinas mais propulsoras, rápidas e abrangentes, como os veículos de comunicação de "massa" , tais como a propaganda e publicidade por meio eletrônico e manipulados por grupos de "caixa forte", como por exemplo, as multinacionais, sem querer menosprezar o seu empenho. Aqui cabe fazer referência à crítica ideológica de Roland Barthes, no seu livro "Mitologias",
onde apresenta suas razões a respeito da desmistificação do "mito" dentro da linguagem em que é estruturado, como um sistema semiológico.
Barthes partiu de uma reflexão sobre várias notícias de jornais, artigos, fotografias, filmes, espetáculos, exposições, jogos, publicidade (produtos de limpeza, cozinha, copa, plásticos etc.) definindo-os como "mitos contemporâneos" falsamente mascarados pela imprensa, arte e senso comum. <><> Assim, opondo-se a uma crença tradicionalmente desligada da realidade objetiva, faz uma decomposição dos fatos atuais, focalizando com muita sensibilidade o ambiente onde se desenrolam as lutas livres como os espetáculos de "catch", boxe, futebol e também do cinema, teatro, etc. O mito é então caracterizado por uma descrição histórica em torno de um objeto ou pessoa, a respeito dos quais, se faz um discurso metafórico aumentando a soma de valores que lhe são atribuídos.
<.<> dos maiores mitos do cinema, Carlitos (encarnado por Charles Chaplin), continua sempre presente na lembrança das multidões, porque é um mito da atualidade, é a própria representação do conteúdo das relações sociais mais prementes, como a desigualdade de classes, uma insinuação entrea inocência e a malícia do pobre e do proletário diante da burguesia. O que caracteriza, é a sua linguagem mímica, gestual, suas expressões faciais, umas vezes, cândida, outras vezes, alienadas, que definem sem se comprometer, politicamente, os os temas proletários: a pobreza, a fome, a humilhação, uma mistificação da realidade que se denota apenas pelas figuras representativas que envolve todos os seus personagens. Sua linguagem mímica diz muito mais do que as palavras. Talvez se seus filmes fossem falados e os gestos fossem inibidos pelas novas técnicas, sua mensagem não seria tão sutilmente apreendida. Na história sócio-cultural brasileira, podemos citar o mito de Xica da Silva -
de origem plebéia,ex-escrava transformada em mito que alcançou ascenção e evolução através do sexo, explorado pela literatura, cinema, escolas de samba etc. É a tônica da Escola de Samba que deu origem a um novo mito: Isabel Valença, como no caso da atriz que a personalizou no cinema, Zezé Motta, depois Taís Araújo, constituindo tudo isso numa soma de valores que vão se tornando maior do que aqueles que lhe foram atribuidos a princípio. Assim se explica porque Roland Barthes diz que "...o Nito é uma Fala, mas não uma fala qualquer", não pode ser um objeto, um conceito, uma idéia. Tem que ser tratado como uma forma a qual se deve impor limites históricos . os acontecimentos sociais, condições especiais de linguagem para descreve-lo, pois o Mito não se define pelo seu objeto, mas pela maneira como o profere. É o discurso que faz do seu objeto, um Mito" .
<><> Embora nos tempos modernos o herói não precise tanto ir à guerra, o processo de mistificação é quase o mesmo.A diferença está no emprego de máquinas mais propulsoras, rápidas e abrangentes, como os veículos de comunicação de "massa" , tais como a propaganda e publicidade por meio eletrônico e manipulados por grupos de "caixa forte", como por exemplo, as multinacionais, sem querer menosprezar o seu empenho. Aqui cabe fazer referência à crítica ideológica de Roland Barthes, no seu livro "Mitologias",
onde apresenta suas razões a respeito da desmistificação do "mito" dentro da linguagem em que é estruturado, como um sistema semiológico.
Barthes partiu de uma reflexão sobre várias notícias de jornais, artigos, fotografias, filmes, espetáculos, exposições, jogos, publicidade (produtos de limpeza, cozinha, copa, plásticos etc.) definindo-os como "mitos contemporâneos" falsamente mascarados pela imprensa, arte e senso comum. <><> Assim, opondo-se a uma crença tradicionalmente desligada da realidade objetiva, faz uma decomposição dos fatos atuais, focalizando com muita sensibilidade o ambiente onde se desenrolam as lutas livres como os espetáculos de "catch", boxe, futebol e também do cinema, teatro, etc. O mito é então caracterizado por uma descrição histórica em torno de um objeto ou pessoa, a respeito dos quais, se faz um discurso metafórico aumentando a soma de valores que lhe são atribuídos.
<.<> dos maiores mitos do cinema, Carlitos (encarnado por Charles Chaplin), continua sempre presente na lembrança das multidões, porque é um mito da atualidade, é a própria representação do conteúdo das relações sociais mais prementes, como a desigualdade de classes, uma insinuação entrea inocência e a malícia do pobre e do proletário diante da burguesia. O que caracteriza, é a sua linguagem mímica, gestual, suas expressões faciais, umas vezes, cândida, outras vezes, alienadas, que definem sem se comprometer, politicamente, os os temas proletários: a pobreza, a fome, a humilhação, uma mistificação da realidade que se denota apenas pelas figuras representativas que envolve todos os seus personagens. Sua linguagem mímica diz muito mais do que as palavras. Talvez se seus filmes fossem falados e os gestos fossem inibidos pelas novas técnicas, sua mensagem não seria tão sutilmente apreendida. Na história sócio-cultural brasileira, podemos citar o mito de Xica da Silva -
de origem plebéia,ex-escrava transformada em mito que alcançou ascenção e evolução através do sexo, explorado pela literatura, cinema, escolas de samba etc. É a tônica da Escola de Samba que deu origem a um novo mito: Isabel Valença, como no caso da atriz que a personalizou no cinema, Zezé Motta, depois Taís Araújo, constituindo tudo isso numa soma de valores que vão se tornando maior do que aqueles que lhe foram atribuidos a princípio. Assim se explica porque Roland Barthes diz que "...o Nito é uma Fala, mas não uma fala qualquer", não pode ser um objeto, um conceito, uma idéia. Tem que ser tratado como uma forma a qual se deve impor limites históricos . os acontecimentos sociais, condições especiais de linguagem para descreve-lo, pois o Mito não se define pelo seu objeto, mas pela maneira como o profere. É o discurso que faz do seu objeto, um Mito" .