A MÚSICA E O PERFUME
O (a)leitor (a) saberá dizer, repentinamente, qual é a semelhança entre uma boa música e um bom perfume? Não, não é o preço! Nem a qualidade! Poderá até haver outra mais contundente, mas a que me refiro é uma semelhança intrínseca que só será percebida pelas pessoas que tenham, primeiramente, uma boa memória. Tentarei explicar. Vamos por partes.
A música, por exemplo, seja ela de que gênero for, mas preferencialmente romântica, ou seja, aquela canção que embalou um romance tórrido, bonito, gostoso, mas que por circunstâncias diversas e aleatórias, ficou para trás, perdido no tempo, ela, isto é, aquele música especial dificilmente será totalmente esquecida. Tanto assim que, após muitos anos após aquele romance, aquele namoro, aquele relacionamento sentimental, de uma hora para outra poderá vir à tona, invadindo a nossa mente após ouvir tal música, repentinamente todo aquele momento parece voltar para o presente como um passo de mágica. A memória vai a mil, dependendo do caso. É um fato que ninguém é capaz de evitar, pois faz parte da vida. Uma boa recordação, através de uma linda música é algo deleitável, principalmente para um coração sentimental.
Portanto, assim como uma música tem essa magia divina e inexplicável de reviver, reativar uma passagem bonita na vida de uma pessoa, o mesmo se pode dizer de um bom perfume. Esse também é um fator preponderante que aguça a mente de qualquer pessoa, à sua revelia, fazendo-a recordar de outra tão longo o seu olfato detecte determinada fragrância, independente da circunstância. Por exemplo, numa condução, na rua, num Templo religioso, num ambiente de trabalho. Ou seja não tem lugar, dia ou hora para tal fato aconteça. Se uma pessoa tiver uma ótima memória e estiver sempre atenta aos detalhes da vida, certamente, terá condições cabais de reviver tudo isso. Agora, sem dúvida, só tera algum prazer, alegria ou contentamento, é óbvio, se as respectivas recordações forem relacionadas a momentos sadios, bons e inesquecíveis, etc.Caso contrário, se estiver num local onde não puder sair nesse momento, deverá arrumar um subterfúgio qualquer, chegando até, sorrateiramente, usar um protetor auricular ou, se se tratar de perfume, tapar o nariz. O que seria uma lamentável exceção. Pois, geralmente, tanto a boa música quanto o bom perfume têm esse poder de trazer boas ou más recordações. Preferencialmente, no primeiro caso, diga-se de passagem. Será que estarei equivocado? Creio que não!
João Bosco de Andrade Araújo
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