Descontrole Emocional
Quem assistiu aquelas cenas de torcedores enfurecidos num estádio de futebol de Curitiba, parecendo muito mais com animais selvagens do que propriamente com o homem, este ser dotado de inteligência, jamais vai entender a razão de tamanha transformação. Recorrendo ao primeiro livro da Bíblia, o Gênesis, no capítulo I, versículo 26, está lá escrito: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança, e presida aos peixes do mar, e às aves do céu, e aos animais selváticos, e a toda a terra, e a todos os répteis, que se movem sobre a terra”. A considerar o que diz a Bíblia, muito claro está que o Criador nos deu a superioridade sobre os animais. Entretanto, o próprio São Francisco, o protetor dos animais, descobriu que, em algumas ocasiões, o homem se torna o mais feroz dos animais. Perde a controle de sua emoção, por conseguinte perdendo também a faculdade atribuída única e exclusivamente ao homem, a inteligência. Assim, Daniel Goleman tinha razão em dizer que “Para o melhor e o pior e inteligência não dá em anda, quando as emoções dominam”.
Diante da televisão, vendo aquelas cenas, não dava para conceber que aquilo partia de quem detém o estigma da civilidade, principalmente em se tratando de pessoas do sul ou mesmo de Curitiba, a cidade modelo do país. Se fosse aqui no Nordeste, diriam que ainda guardamos resquícios de Lampião, o histórico cangaceiro da região. Diriam que era coisa de nordestino, ainda sem conhecer as virtudes da civilidade. Entretanto, provado está que o homem, ao perder o controle de suas emoções, torna-se um animal feroz, independentemente do seu nível cultural ou de civilidade. A paixão desmedida pelo futebol faz do torcedor um descontrolado emocionalmente, quando alguma coisa no campo contraria a sua vontade. Uma tema para os psicólogos ou psiquiatras e não para um humilde sertanejo sem formação específica sobre o comportamento humano.