O Que Farei Agora...
O que farei agora? Depois de tanto tempo perdido, junto de ti me encontrei, em tamanha harmonia, livre do cotidiano azeviche que o destino e eu mesmo havíamos proporcionado a mim.
Uma metáfora um tanto clichê, dizer que tu colocaste cor em meu mundo preto-e-branco, mas de fato, é verdade. Como se toda decadência perdesse o sentido e a vivência de um “bon vivan” se tornasse algo relevante diante dos olhos lastimáveis de uma existência de dor e empatia. Como se valesse a pena preservar sua carcaça pútrida e dilacerada somente para passar mais tempo ao teu lado.
Apenas seguir em frente em solidão é o que resta. Seguir diante do caminho da escuridão soturna que foi me proporcionada e criada por mim. Talvez faça parte de meu caráter destruir minhas próprias esperanças. Talvez haja necessidade da existência da dor e da tristeza proporcionada por minha solidão. Não existe um estereótipo de realidade agradável, pois toda alegria demonstra seu preço, cedo ou tarde.
Seguirei então, no caminho da escuridão, pela lástima e pela dor. Pela crueldade da existência vazia do ser humano decadente. Existirei e viverei, morrerei mais uma vez e mais outras. Direi que nada mais vale a pena e que a vida é bela.
Seguirei, direi e gritarei as agonias e alegrias da filosofia de vida que escolhi, apenas. Talvez um dia haja esperança.