Um coração iluminado

Ontem, ao entrar na papelaria, vi que os mouses sumiram da prateleira onde normalmente ficam, ela estava arrumada para a nova ‘estação’: ainda não chegamos ao Natal, mas cadernos de todos os tipos já estão lá à mostra. A mocinha, prestativa, me levou até eles. Eram poucos os modelos, dois ou três. O mais caro rejeitei logo. Aí ela mostrou outro, disponível nas cores rosa caipira e azul celeste. Fiz cara de muxoxo, disse que não combinavam comigo. Aí então a moça puxou uma caixa lá do fundo e abriu um sorriso. Esse é lindo!

Para minha surpresa, ali dentro havia um coraçãozinho vermelho. Achei engraçado, deve ser para meninas, comentei. É nada, serve para toda mulher, ela filosofou. Olhei novamente para aqueles dois caipiras e tomei a rápida decisão: fico com ele.

No caminho de volta pra casa vim pensando se não estaria regredindo. Imagine, eu trabalhando com um coraçãozinho vermelho na mão! Se ainda fosse adolescente, vá lá...

Conectado ao computador, a surpresa foi ainda maior. A luzinha dentro dele acendeu! E ao tocá-lo, ela fica mais forte! Um barato!

Agora estou aqui a brincar com o ratinho, dando sorrizinhos ao lembrar que os franceses o chamam de ‘souris’. À medida que vou teclando ele se ilumina, ora com menos, ora com mais intensidade.

Na sua caixa, que não podia ser de outra cor senão rosa, está escrito o nome dele: Love mouse!