Sobre Agulhas e Padrastos
Um desses dias que passou, alguma voz interna que deve fazer coro com a minha fé espiritualista, contou para mim que se não surfo nas ondas do mal nesse momento, é porque em algum dado tempo, eu já mergulhei nessas águas e já derrubei outros tantos nela.
Coisa linda é não lembrar das tranqueiras das nossas multi-vidas; sábia Lei Divina que permite o recomeço sem trauma e culpa, mas difícil missão tem pela frente, quem já flertou com a escuridão, e volta e meia, sente um gosto saudoso, quase atraente, do mal que praticou.
Esse gosto pelas sombras vem com a mágoa curtida, com aquele sentimento doce da vingança que guardamos secretamente nas beiradas do coração; vem quando damos alguma desculpa para não perdoar e não deixamos a compaixão tomar conta da casa do nosso peito.
O gosto pelo mal toma de conta quando saboreamos o mórbito da morte alheia; quando apontamos o dedo e a pedra para aquele sujeito, do crime hediondo, que se por um acaso, estivesse à nossa frente, se tornaria um Judas Malhado, uma Geny Cuspida ou uma Madalena da Vida.
O motivo dessa crônica, caros amigos, vem desse gosto do mal que senti esses dias, quando imaginei um assassinato...
Estava assistindo um noticiário, quando fiquei sabendo sobre um padrasto que encheu o corpo de seu enteado com agulhas. Confesso: senti vontade de fazer o mesmo com o miserável pai de araque, e não só imaginei a cena, como apreciei cada detalhe, cada agulhada que eu dava nesse infeliz; e ao final, ainda dei uma risada diabólica de satisfação, bem ao estilo gênio do mal: BUahahhahahhah!!!!
Confesso que adorei fazer mal a esse homem em meus pensamentos, mas depois senti vergonha e culpa. Vergonha, por sentir isso por outra pessoa; e pena, pois eu não pude fazer isso de verdade!
Tá bom, já sei que eu vou repetir de ano na "Escola da Roda da Samsara" de novo, mas como foi bom furar aquele desgraçado!
Frank Oliveira
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