GENTILEZA URBANA

Aqui na Cachoeirinha estamos cercados de bons vizinhos, especialmente pelo “Seu” Antonio e sua filha Dirce. Ele, um atleticano ferrenho, ela professora dedicada, desenhista e artista plástica, ambos muito simpáticos, juntamente com todos os seus outros filhos, Nilson, Elcio, Adilson e respectivas esposas, Raquel, Denise e Julia, seguidos pelos netos Mateus, Fernanda, Lucas e João Pedro. Para completar, a casa do “Seu” Antonio é vigiada pela dupla “cooker-spaniel” Dicão e Sandy, os quais não dão moleza aos estranhos que se aproximam da sua tranqüila vivenda.

Como esses amigos são leitores assíduos do periódico “Ás Margens do Ipiranga”, recebem sempre os exemplares do tablóide mensal que circula pela região, para o qual colaboro com as minhas crônicas do cotidiano. São “causos”, pequenas histórias do dia a dia, relatos que chegam ao meu conhecimento, nos quais dou uma burilada e crio um texto, praticando assim o que me dá muito gosto:- escrever! Sou, sim, um “escrevinhador de quimeras”, como dizia o saudoso Roberto Drummond, o cronista mineiro de grande talento, autor de “Hilda Furacão” e outras obras.

De tanto escrever sobre os antigos e famosos bailes do Esporte Clube Renascença, nas décadas de 50 e 60, consegui juntar um grupo de leitores da minha faixa etária, alguns contemporâneos meus, dançarinos que conheceram e participaram daquelas festas, daqueles grandiosos eventos, os quais sempre se manifestam quando o “Ipiranga” publica minhas crônicas a respeito (não é mesmo, Jaime “Bailarino” Tarzan?). Mesmo porque, já dizia Santo Agostinho: “- Aprenda a dançar, oh homem de Deus! Caso contrário, os anjos do céu não saberão o que fazer contigo!” E, é claro, tais manifestações de agrado me deixam envaidecido, pois o aplauso é a paga maior de todo artista!

Pois hoje cedo, limpando o jardim da minha casa vizinha à do “Seu” Antonio, sou chamado ao portão pela Dirce, a sua filha, com um “CD” na mão e uma fala na ponta da língua:-

“- Toma, “Seu” Roberto. Gravei pro senhor e pra Dona Mari. Vocês gostam muito de dançar, que eu sei. São boleros lindos, da época dos Anos Dourados! ...”

Cara, eu fiquei sensibilizado! Imediatamente fui até o aparelho de som e coloquei o “CD” bem alto, de forma que trabalhando no jardim eu pudesse curtir as músicas. E assim belas melodias tornaram ainda mais bonito o meu dia, como “Sabor a Mi”, “Besame Mucho”, “Aqueles Ojos Verdes”, “La Barca”, “Frenesi” e muitas, muitas outras! Obrigado Dirce, obrigado “Seu” Antonio, obrigado amigos da Cachoeirinha! ...

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RobertoRego
Enviado por RobertoRego em 17/12/2009
Código do texto: T1982127
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