CIÚMEIRA
Ana Claudia, minha princesa querida, presenteou-nos com três lindos netos, seus filhos, a Isabela (“Rainha das Flores”), o Victor (“Guguzão”) e o Guilherme (“Gui”), cada qual mais vivo que o outro. Só vocês vendo!..
Falo, nas prosas de familia, que todos os bisnetos da minha sogra são bonitos, mas os meus netos são os mais “bem acabadinhos” (no dizer do Décio, o pai deles, meu genro), o que gera protestos, é claro. Mas são mesmo!
O Victor, da Aninha, é um belo garoto de tez clara, cabelos da cor do mel e olhos verdes, o que provoca suspiros nas meninas do Colégio Divino Salvador, de Jundiaí/SP, onde eles moram e estudam. Fazer o quê?!...
Além de neto é nosso afilhado, pois somos seus padrinhos de batismo, a Dona Mari e eu, o Vô Betinho. E o danadinho, desde pequenino, demonstrava ciumes quando éramos assediados por outras crianças, fossem seus irmãos, ou primos, ou coleguinhas.
Lembro-me duma vez, quando vieram para Belô nas férias de fim de ano, em que o Victor deu uma prova cabal dessa minha assertiva.
Eu segurava o Guilherme nos braços (ele, com três meses, mais ou menos), quando o Victor veio correndo e agarrou-se às minhas pernas, puxando-me pelas calças e gritando:-
“- Vovô, vamos jogar bola?...”
“- Pera aí, Victor! Eu estou carregando o Guilherme. Depois nós jogamos, tá legal?”
Mas o moleque não se dava por vencido e principiou a choramingar, disposto a ser atendido a qualquer preço. Foi quando a sua mãe, Ana Claudia, puxando-o para junto de si, justificou-me:-
“- Depois, Victor! Não vê que o seu avô está ocupado com o Guilherme? Depois!...”
O pequenino fechou a cara, deu um bico na bola pra longe e correu pro jardim, gritando a plenos pulmões:-
“- Que bosta, sô!...”
-o-o-o-o-o-
B.Hte.,11/10/05