Ah! Vai Ter Que Rebolar (BVIW)

Todo casamento é igual no altar: risos, corações palpitantes, alegrias, a primeira dança, alianças e principalmente: lua de mel.A vida já reserva muito fel, harmonizar o amor de ter e pertencer a alguém é doce, até que a morte os separe, ou o divorcio alguém declare.

Aos que casam sabendo que não vivem sem a outra pessoa, a vida reserva muita coisa boa. Porque até as tristezas serão dividas. Esses entenderam o principio das escrituras sagradas "deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, em uma só carne".Serão aqueles que ainda se apaixonam pelo mesmo trejeito do outro, depois de ter visto e revisto nos últimos 30 anos aquele mesmo rosto.

Quando o amor preenche dois corpos, eles não se esvaziam nem quando a vida esta por esvair. Assim eles caminham juntos na mesma calçada,as mãos tremulas, mas dadas. Não se lembram de quase nada dos dias atuais. Com Alzheimer e com o tempo, nem tudo resistiu. Às vezes esquecem os filhos, os nomes, os dias, de onde estão vindo. Mas nunca se esquecem um do outro.

Dona Auzira disse que a memória dela é cheia de coisa boa; da lua de mel, da aliança perdida na pia do banheiro. Do dia que ela disse que estava grávida e os dois choraram porque estavam muito felizes, mas também sem dinheiro. O Sr Venâncio lembra de beijos na madruga, do dia que ela ajeitou a gravata dele na bodas de diamante, do jeito que ela rebolava distraída enquanto cozinhava macarrão aos domingos, e ele desejando que aquele rebolado fosse pra vida inteira.

Casamento sem rebolado não dá resultado.Se o casal não dança, dança o compromisso.

Alias
Enviado por Alias em 15/12/2009
Reeditado em 16/12/2009
Código do texto: T1979598
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