AGORA NINGUÉM ME SEGURA!!!
Andei um pouco afastada daquilo que mais me dá prazer: escrever aqui no Recanto. Minha carga de responsabilidade exigiu maior dedicação no trabalho e nos estudos, portanto aproveito a ocasião para pedir desculpas publicamente aos amigos que tão gentilmente postaram comentários nos poucos textos que publiquei neste espaço e que ficaram sem um retorno de agradecimento de minha parte.
Aprecio demais pessoas verdadeiras, mesmo aquelas que produzem textos partindo de suas fantasias, que em seus interiores se faz real e, portanto, (re) produzem veracidades. Hoje mesmo, ao conversar com dois amigos escritores, tive a oportunidade de compartilhar algumas angústias, como a falta de incentivos culturais, sobretudo no que diz respeito à literatura. Ok, sabemos que existem mil concursos por aí afora, mas muitos parecem visar tão somente o lucro em torno de uma publicação, o que de certa forma parece-nos humilhante, uma vez que mesmo quando assumimos uma produção independente (neste caso estou essencialmente me referindo à produção de livros), já temos que arcar com despesas por conta própria para ter o sonho realizado e, quase sempre o resultado é o mesmo: escritores amargam os livros encalhados em estantes de livrarias ou mesmo dentro das caixas. E não é por falta de talento: o problema é que vivemos em um país paternalista, que paga bolsa escola, bolsa família e etc., com a justificativa de erradicar a pobreza, mas com a nítida sensação de compra de votos e se esquecem do principal: formar uma sociedade consciente, autônoma e bem informada.
O fato é que, do ponto de vista político, não é interessante que a população busque conhecimentos. Isso consiste em um risco muito grande de que eles encarem com seriedade o seu verdadeiro papel democrático e deixem de se contentarem com esmolas em troca de votos. Cidadania é uma ameaça para aqueles que “deitam e rolam” diante da ignorância do povo. E, sinceramente, nosso povo não está (e nem quer estar) habituado a pensar. Resignam-se em aceitar que a sociedade é formada por dominados e dominadores. E contentam-se em fazer parte das elevadas estatísticas que os enquadram no primeiro grupo. Até porque, para quem tem fome, garantir um prato de arroz e feijão é muito melhor do que ostentar livros em uma prateleira. Ninguém come livros, embora eles alimentem nossa alma e nossa mente. Pena que nem todos pensem desta maneira.
Eu sou uma das pessoas que, apesar de não me importar em pertencer a nenhum dos referidos grupos, sou extremamente contra ambos. Sei que cada um faz suas escolhas – e que também são responsáveis por elas. Antes sou aquela que não aceita a posição de dominadora, tampouco de dominada. Pertenço a um grupo diferente: daqueles que se indignam diante das injustiças sociais e uma eterna inconformada com a cômoda posição que assumem. Eu tenho sonhos e luto por eles. Se conquistarei ou não, cabe só a mim decidir. O importante é não desistir diante dos obstáculos e oposições. Sempre lutarei em prol de meus ideais. Agora e sempre, ninguém me segura!