Sim, o mundo está mudo. Porém alguns ouvem-no falar, quando fazem questão de aliar-se em numero cada vez maior, a um grupo que cresce a cada dia, unânime na violência, indiferença com o próximo, no individualismo, na falta de compaixão, na política aliada ao “eu quero o meu”, no preconceito, no julgamento e em tantas características outras que fazem o homem involuir.
Esta “ordem” de humanos desumanos não é vista nos arrastões, nos grupos de pixadores, nos guetos formados por criaturas ignorantes que ferem e matam. Não apenas, não tanto. Mas, muito mais se sabe de sua presença nos escritórios luxuosos e silenciosos, nas mansões isoladas, com gente que nela habita também isolada. Existe também nas escolas elitistas, de poucas palavras, nos templos religiosos oportunistas que falam o que lhes convém, nos bastidores das TV’s, órgãos de comunicação que não se comunica como deve, em eventos produzidos muitas vezes em prol de uma boa causa, mas prejudicado pela dissimulação (tudo calado, por debaixo do pano das mesas ricamente forradas).
Têm-se notícias de toneladas de alimentos estragados, estocados em galpões estragados, em decorrência da indiferença de um responsável (?) mudo, da burocracia (que não fala), da boa-vontade, da falta de respeito; crianças vão dormir tarde, após o filme brutal, violento que ensina a trair, mentir, violentar, matar, enquanto os pais emudecem, ou ainda passam várias horas diante do computador em busca de jogos cada vez mais monstruosos e violentos. E os pais? Mudos. Pessoas andam sozinhas e mudas á noite, nas ruas, quase correndo, com medo do que pode encontrar, do que pode ouvir; vizinhos não respondem a um bom-dia, nem desejam. Inúmeros sites propagam a maldade, instigam a violência, banalizam o sexo, sem falar nada.
Há uma onda de solidão enorme, como aquelas causadas pelo deslocamento de placas marítimas que envolvem aqueles que falam, que usam a palavra, os sentidos, as mãos, pernas e coração para ser um Ser em comunhão com a Ordem Cósmica.
Triste é saber que neste grupo “desordeiro” não há apenas pessoas sem conhecimento, distantes dos meios de comunicação, à margem dos acontecimentos e carentes de educação e esclarecimentos, pelo contrário. Porém elas estão em estado de letargia, talvez nem saibam disso.
Há um mundo assim: não mais se escreve uma carta, nem se envia um bilhete carinhoso. Em datas eventuais e situações diversas que cada vez mais se multiplicam, há a “tele-mensagem” que, aqui para nós, na minha opinião, também é muda. Não se vai mais em casa de um amigo tomar chá com biscoitos ou café com bolo e conversar (nem se recebem amigos em casa). Nas noites de lua ninguém senta no passeio da casa enquanto conversam, é um costume antigo, mas agora, nem os jovens conversam! O altíssimo volume do som do carro é o bastante. Falar para que? Estão mudos.
Lembro-me de ter promovido um encontro vivencial onde o tema principal seria Serenidade. Ao término, uma das participantes, despediu-se de mim dizendo: - lembra da conversa de ontem? Você mudou a minha vida. Tínhamos conversado no dia anterior, aliás, ela falava e falava, enquanto eu ouvia. Depois disse algumas poucas coisas, não sugeri mudanças, nem mostrei caminhos ou critiquei. Fiquei surpresa com o que ela disse. Eu apenas falei.
Ficaria aqui “falando” com vocês por muitas telas, mas agora vou falar com outros seres.
Falem! Jovens, idosos, casais, amigos, homens e mulheres de negócio, mestres, discípulos. A palavra conforta, acaricia, sugere, denuncia, resolve, educa, ensina, reclama, esclarece, permite, recusa, afirma, nega, canta, declama, diverte, ri, ecoa, eleva, ora.
IMAGEM: vilamulher
Esta “ordem” de humanos desumanos não é vista nos arrastões, nos grupos de pixadores, nos guetos formados por criaturas ignorantes que ferem e matam. Não apenas, não tanto. Mas, muito mais se sabe de sua presença nos escritórios luxuosos e silenciosos, nas mansões isoladas, com gente que nela habita também isolada. Existe também nas escolas elitistas, de poucas palavras, nos templos religiosos oportunistas que falam o que lhes convém, nos bastidores das TV’s, órgãos de comunicação que não se comunica como deve, em eventos produzidos muitas vezes em prol de uma boa causa, mas prejudicado pela dissimulação (tudo calado, por debaixo do pano das mesas ricamente forradas).
Têm-se notícias de toneladas de alimentos estragados, estocados em galpões estragados, em decorrência da indiferença de um responsável (?) mudo, da burocracia (que não fala), da boa-vontade, da falta de respeito; crianças vão dormir tarde, após o filme brutal, violento que ensina a trair, mentir, violentar, matar, enquanto os pais emudecem, ou ainda passam várias horas diante do computador em busca de jogos cada vez mais monstruosos e violentos. E os pais? Mudos. Pessoas andam sozinhas e mudas á noite, nas ruas, quase correndo, com medo do que pode encontrar, do que pode ouvir; vizinhos não respondem a um bom-dia, nem desejam. Inúmeros sites propagam a maldade, instigam a violência, banalizam o sexo, sem falar nada.
Há uma onda de solidão enorme, como aquelas causadas pelo deslocamento de placas marítimas que envolvem aqueles que falam, que usam a palavra, os sentidos, as mãos, pernas e coração para ser um Ser em comunhão com a Ordem Cósmica.
Triste é saber que neste grupo “desordeiro” não há apenas pessoas sem conhecimento, distantes dos meios de comunicação, à margem dos acontecimentos e carentes de educação e esclarecimentos, pelo contrário. Porém elas estão em estado de letargia, talvez nem saibam disso.
Há um mundo assim: não mais se escreve uma carta, nem se envia um bilhete carinhoso. Em datas eventuais e situações diversas que cada vez mais se multiplicam, há a “tele-mensagem” que, aqui para nós, na minha opinião, também é muda. Não se vai mais em casa de um amigo tomar chá com biscoitos ou café com bolo e conversar (nem se recebem amigos em casa). Nas noites de lua ninguém senta no passeio da casa enquanto conversam, é um costume antigo, mas agora, nem os jovens conversam! O altíssimo volume do som do carro é o bastante. Falar para que? Estão mudos.
Lembro-me de ter promovido um encontro vivencial onde o tema principal seria Serenidade. Ao término, uma das participantes, despediu-se de mim dizendo: - lembra da conversa de ontem? Você mudou a minha vida. Tínhamos conversado no dia anterior, aliás, ela falava e falava, enquanto eu ouvia. Depois disse algumas poucas coisas, não sugeri mudanças, nem mostrei caminhos ou critiquei. Fiquei surpresa com o que ela disse. Eu apenas falei.
Ficaria aqui “falando” com vocês por muitas telas, mas agora vou falar com outros seres.
Falem! Jovens, idosos, casais, amigos, homens e mulheres de negócio, mestres, discípulos. A palavra conforta, acaricia, sugere, denuncia, resolve, educa, ensina, reclama, esclarece, permite, recusa, afirma, nega, canta, declama, diverte, ri, ecoa, eleva, ora.
IMAGEM: vilamulher