AGRADECIMENTO DE FINAL DE ANO

Foram doze meses de convivência. Vocês ai e eu aqui, do outro lado do espelho, na mesma atabalhoada existência. E que bom! Ao menos estamos (ainda) vivos e, assim, podendo sonhar com o dia seguinte, o sol e a estrada.

Mas os amigos, estes não se contentaram em ficar do lado de lá, apareceram de quando em vez para expressar o que, inexplicavelmente, lhe brotavam da alma:

O José Cândido, sentado à mesa na cozinha da minha casa, disse gentilmente que minhas crônicas eram maravilhosas e que eu deveria reuni-las e publicá-las num livro. Ideia aceita, meu caro. Já escrevi o título, “Livros & Cia – o poder da leitura”, agora falta o resto.

A Dra. Carmem, ao me entregar pessoalmente o convite para o 8º SOLONFEC, disse, elegantemente, que escrevo com convicção. Atesto que é verdade. Creio na literatura e em seu poder de transformação. Na medida em que leio, mudo. Na medida em que escrevo, ajudo a mudar. Uma vez a escritora Rachel de Queiroz disse que a leitura serve para domesticar o animal que há em nós. Acredito nela. Sou instrumento da literatura para fomentação do bem.

O Juruna, vendo-me recostado em meu carro no pátio da Prefeitura, achegou-se e me disse, em sua simplicidade, ter lido a minha crônica “Esaú”. Depois me perguntou sorrindo de onde “eu tirava aquilo”. Sorri e lhe respondi que da natureza e do nosso cotidiano.

Dessa relação pode surgir o fogo para o escritor ir além, como o fazem o colombiano Gabriel García Márquez, de oitenta e dois anos, e o português José Saramago, de oitenta e sete, ou a ducha de água fria, para fazê-lo desistir de vez da literatura, a exemplo de Antônio Calado, o festejado autor dos romances “Quarup” e “A Madona de Cedro”, bem antes da sua morte - em 1997, aos oitenta anos.

Como se vê, estou no fogo, junto aos dois primeiros. Assim, agradeço aos amigos acima, pela leitura mensal dos meus textos e pelas palavras carinhosas, bem como aos demais amigos e leitores da edição impressa e aos da eletrônica (www.bandeirantesnews.com), espalhados por este Brasil a fora, como é o caso do Luiz Henrique, de São Paulo-SP, e da professora Kelly, de Birigui - SP. Meu agradecimento especial ao amigo Renato Rech, dono deste Jornal, gaúcho da estirpe dos seus conterrâneos Lya Luft e Moacyr Scliar e que não corre da raia a troco de nada. Desejo a todos um 2010 repleto de saúde, boas realizações e muita, demasiada leitura. Axé.