DEVANEO DE MINHALMA

UM MOMENTO DE DEVANEIO

Após um dia na roça preparo-me para voltar, é quase noite, o frescor da brisa que ameniza meu rosto é suave... Divino. Ao longe as primeiras estrelas começam ofuscar... O horizonte vai engolindo o clarão boreal após o ocaso. A escuridão vem trazendo as recordações, junto os acordes da natureza na sonoridade transportada pelas asas do vento. As lembranças são inevitáveis. O pensamento vagueia retroativo no tempo. Correndo sem compromisso pelos campos, envolto na doce magia da infância eu me rendo ás recordações e sou novamente criança. A saudade chega trazendo tudo como fora antes. Minutos de profunda nostalgia me colocam em profundo êxtase. Fascinado pela utopia momentânea me perco no tempo. Uma estrela cadente risca o céu... Quase atingindo o chão. Assustado, voltei a mim. Olhando as rugas nas mãos, percebi que tudo aquilo era passado. Esfreguei os olhos, entrei no carro e voltei pra casa.

Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 13/12/2009
Reeditado em 04/08/2010
Código do texto: T1976257
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