__LÁGRIMAS INOCENTES__

Hoje voltou a chover e a água ocupou todos os comodos.

Faz frio, muito se perdeu, não somente os bens materias,

também a dignidade.

As pessoas se uniram na tarefa de salvar o pouco que a

água não carregou.

Mas estão famintas e exaustas, noite e dia em vigilia para

que a água não leve vidas inocentes.

A ajuda prometida tarda, a fome chega a doer e o desespero

já esta presente como se o amanha fosse ilusão.

O frio atravessa a carne tocando a alma.

Mãos gélidas, trêmulas no ardo trabalho de limpar e salvar os

poucos pertences que á agua não levou.

Pés desprotegidos em meio água suja e mal cheirosa, garimpan-

do espaço.

Face marcada, corpo cansado, chuvas intermináveis carregando

sonhos, desabrigando seres.

Crianças choram a dor da perda, o roubo da vida e adultos se si-

lenciam num pranto velado suas tragédias.

E não distante dali a cidade prossegue com suas luzes multicolo-

ridas, com pessoas apressadas e atribuladas com os afazeres na-

talinos.

Enquantos muitos choram a dor do abandono, a batalha pela luta

da vida, esta mesma vida prossegue anunciando prospero Natal.

-Sallita-

SALLITA
Enviado por SALLITA em 13/12/2009
Reeditado em 13/12/2009
Código do texto: T1976144
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