Casamento no cartório

Casamento no cartório.

Relato de casamentos no cartório Civil em cidades pequenas de interior.

Nada mais hilário, só quem já passou por isso sabe.

Primeiro, pra se casar bastam duas pessoas como testemunhas, mas o que acontece é serem convidados no mínimo quatro casais, ou 8 pessoas.

Geralmente nesses cartórios as salas são pequenas, visualizem, uma mesa no centro, onde ficam os noivos sentados de um lado e o juiz de paz e a assistente do outro.

E os "Padrinhos" se ajeitando todos em pé nas paredes laterais. Quanto mais "padrinhos" pior o conforto e maior o aperto.

E como se não bastasse é muito comum os casais levarem as "crianças", sabem né, aqueles filhos pequenos que não param um minuto. Maravilha.

Outro detalhe interessante; as vestimentas.

As mulheres normalmente se arrumam tentando ficar mais bonitas do que a noiva, fazem cabelo, compram ou alugam vestidos, um desfile de moda.

Os homens na maioria nem se preocupam com isso, roupas do dia a dia, no máximo uma calça jeans, camisa social e - pasme - às vezes até com tênis. É sério.

Ia me esquecendo, com as máquinas digitais, quem precisa contratar fotógrafo????

Vou relatar um que fui convidado para padrinho.

E lá vamos nós, marcado para 10:45 hs, até 10:55 hs nem a noiva tinha chegado, e o noivo muito menos.

Pronto, cancelaram, pensei.

A noiva chega, o grupo de pessoas se agromeram na tal sala, entra o juiz de paz.

- Cadé o noivo??

- Não chegou, atrasado. Diz alguém.

Sem nenhuma cerimônia ele diz:

- Vamos sair todos da sala, ja estamos atrasados, vou fazer o próximo.

Todos saindo e o noivo entrando no cartório.

Voltamos todos.

Uma criança de colo fazendo aquele típico barulho com copo descartável

O juiz lê a sentença e pergunta ao noivo:

- Fulano de tal aceita Beltrana como sua esposa de livre e espontênea vontade?

O noivo com aquela expressão pálida com cara de: Donde vim? Que faço aqui? Pra onde vou?

Começa a balançar a cabeça positivamente e o juiz olhando para ele aguardando o sonoro sim que parece não querer sair.

A muito custo o noivo solta um SIM não muito audível mas suficiente para um Game Over.

A noiva diz um SIM bem mais empolgada e audível a todos.

Nem sei como conseguiram acertar a linha onde assinaram tamanha a tremedeira de ambos.

Na troca de alianças a situação ficou pior.

O noivo em pé, aparentando que ia despencar para frente ou para tráz a qualquer momento.

Trêmulo, sem cor, com olhar perdido parecendo cão que cai do caminhão de mudança.

Votos de parabéns, apertos de mão, abraços e beijos nos rostos.

E pra fechar com chave de ouro; a foto dos padrinhos.

Numa camêra digital 6 megapixel, é claro.

Paulo Sutto
Enviado por Paulo Sutto em 13/12/2009
Código do texto: T1976021
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