Extrato Bancário... Que horror!

Roberto Mateus Pereira
26/05/2.000

Hoje, não sei por que cargas d’água, mas levantei com o astral ba-lançando.
Imagino que este desarranjo é devido ao meu extrato bancário
ou qualquer outra coisa bem semelhante (hollerite),
pois afinal de contas eu sou um aposentado, e aí as coisas mudam de figura,
pois mesmo sendo estatutário, corro o risco de ter que aceitar um patrão que não me engole
e ainda por cima quer que me enquadrar ao apavorante “cardápio” dos inativos.
E daí???... Como fico???... E os outros???
Os outros, como eu, ficam sonhando um grande sonho:
o de querer e não ter!
Grande definição...
É próprio de quem fica sempre vivendo (sonhando), dividindo (sonho) com a ansiedade,
algo real, palpável, sem a famosa promessa de quem sempre promete ser, “Salvador da Pátria”
Após a festa do palanque, ele se transforma em MAIS UM,
deixando sonhos e mais sonhos dançando a valsa dos ventos, sem porto seguro e de bolsos vazios...
E ainda por cima, vê desaparecer como fumaça, a tão conhecida e manjada promessa de quem quer ser eleito...
Farei isso... Farei aquilo... Etecetera e tal... e ponto final!
E agora? Como ficamos?
Continuamos sonhando?
Claro... O sonho nunca acaba.
Seguiremos em frente com a bandeira empunhada
e com a barriga vazia.
Continuaremos sonhando, mesmo com o pouco do muito que foi prometido
ou paramos com os braços cruzados,
dando uma basta de boca cheia...
Afinal de contas, somos gente,
Não temos medo de represálias típicas daqueles que fazem da pres-são a arma mais conhecida para calar a voz deste povo esquecido...
Unidos haveremos de vencer...
Belo slogan...
Será que pega?
Caso contrário, continuaremos de barriga vazia, sempre gritando:
- Até quando, governantes?
- Quando teremos seriedade naquilo que falamos, comentamos e prometemos?
- Será que Charles de Gaulle estava certo com aquela antiga frase perdida entre tantas e que acabou ficando famosa?
NÃO SOMOS UM PAÍS SÉRIO?
... Mas, e EU?
Vou ter que continuar brigando com o meu extrato bancário? Vou ter que continuar aceitando o bê-á-bá de quem, na verdade, não sabe nem o que é o “Bê”?
Talvez um dia, creio eu,
poderei com tranqüilidade, ouvir pequenas promessas
que aos meus ouvidos serão grandes
e aí eu poderei, com certeza, dizer:
...Hoje eu vivo em um país SÉRIO... GRANDE,
E acima de tudo HONESTO!

Escritor Paulista
Enviado por Escritor Paulista em 13/12/2009
Reeditado em 13/12/2009
Código do texto: T1976007
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