MINHAS LETRAS, MEU REFÚGIO....
Não me surpreenderia se realmente tivesse aprendido a escrever mesmo antes de ter aprendido a ler. E exageros à parte, considero as letras o meu melhor e maior refúgio, tanto as que leio quanto as que escrevo.
Ainda me lembro do primeiro livro que li espontaneamente, sem que nenhuma professora exigente e chata me obrigasse a ler para fazer qualquer tipo de interpretação ou comentário. Foi a historia do Joãozinho e Maria, aquela das crianças que se perdem num bosque.
Quando falo que as letras são o meu refúgio não significa dizer que me escondo através delas. Muito pela contrário.
Através do que leio e escrevo eu vou a qualquer lugar, traço qualquer perfil, conheço e identifico quem eu quiser e mais, alimento meus sonhos na hora que eu bem entender.
Desde bem criança eu sempre manifestei um enorme prazer tanto em ler, quanto em escrever. No tempo de escola primária o que mais gostava era ouvir e contar histórias e não fazia feio nas redações e pequenos textos que era obrigado a redigir.
À medida que ia crescendo desenvolvi uma paixão pelos livros e uma das melhores lembranças que tenho da minha terra querida foi quando comecei a frequentar sozinho a Biblioteca Municipal. Ali, no meio daquela infinidade de livros eu me perdia, ou melhor, eu me encontrava.
Na minha infância e adolescência eu li de tudo e desde quando me entendo por gente, desde quando comecei a me transformar num cupim das letras, formou-se na minha mente e nos pensamentos a imagem do meu grande ídolo no patamar dos magistrais escritores. Refiro-me a Machado de Assis meu ídolo imortal.
Hoje, já bem maduro continuo escrevendo, muitas tolices e bobagens é bem verdade, mas continuo escrevendo. O interessante é que o que mostro para os amigos e inimigos não representa nem a décima parte daquilo que rabisco.
Tenho uma gaveta com cadernos cheios de anotações, além de rascunhos e rabiscos sobre contos, crônicas e até alguns versos que algumas almas caridosas conseguem chamar de poesias.
Gosto de escrever. Minha vida se resume nisso, escrever, escrever e escrever. Não tenho e nunca tive a pretensão de ser escritor profissional ou até mesmo amador. Talvez, sem nenhuma demagogia, eu nunca seja.
Sempre ouvi dizer que o homem para se sentir realizado tem que fazer três coisas : plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. Bem, árvores já plantei várias, filhos contribui para o nascimento de dois, aliás, orgulhos da minha vida e livro bem , isso não sei se vou conseguir escrever, ainda que seja com poucas páginas.
Gosto de escrever sem compromisso, sem muitas regras, da maneira mais simples e clara possível. Nas minhas letras sou capaz de me transformar num príncipe, num rei ou num super herói.
Nos meus escritos viajo de um ponto a outro do globo terrestre e nessa viagem posso ver a paz, a harmonia, a alegria e a prosperidade.
Pelos escritos eu consigo falar do amor e de uma forma muito, mas muito simples. É dessa forma que eu consigo entender o amor e a vida. De uma forma bem simples !
Seria até difícil dizer qual é a maior das minhas paixões, se os escritos e a leitura ou a música. Sou simplesmente apaixonado tanto por um quanto por outra.
A vantagem de escrever é que através das letras posso descarregar minhas angústias, minhas preocupações e posso pintar enormes quadros retratando meu sorriso e gargalhadas que na prática, no dia a dia , são difíceis de acontecer.
Embora possa parecer surpreendente, consigo rir das coisas que escrevo e me surpreendo mais ainda quando tento entender porque consigo escrever coisas engraçadas, quando na verdade não sou um sujeito engraçado. É o milagre que as letras conseguem fazer !
Se eu fosse professor ou alguma autoridade respeitável e séria , eu obrigaria cada criança em idade escolar a começar lendo pelo menos um livro a cada mês e livros, deveriam ser presentes obrigatórios a cada aniversário.
Tudo bem, sei que é exagero mas através do que escrevo posso exagerar da forma que quiser.
Não sei dizer hoje em dia qual é o meu autor preferido. São tantos ! Mas estou sempre lendo e escrevendo. Um dia, quem sabe, quando não estiver chovendo, ou não fizer muito calor nem muito frio, provavelmente eu vá reunir tudo que já escrevi, colocar numa caixa de papelão, embrulhar com uma fita vermelha e entregar para minhas netas para que elas façam o que bem entenderem.
Se quiserem mostrar para outras pessoas tudo bem, pois então, o que já estiver escrito não pertencerá mais a mim. Dessa forma, enquanto estiver lúcido vou continuar escrevendo, escrevendo e escrevendo. As letras, minhas letras são meu refúgio.
E são como se fossem um enorme oásis no meio de um árido deserto. Para falar a verdade, nem sei se existem desertos que não sejam áridos, mas nos meus escritos, nas minhas letras, como sou eu quem está escrevendo, tenho o direito de falar dessa forma, ainda que seja uma enorme tolice......
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(.....imagem google.....)