HUMOR FAZ BEM
Pensar ou sentir com humor faz um bem extraordinário. Se posso sugerir um presente de Natal para uma pessoa a quem se goste, eu sugeriria o livro Caim, um romance de Saramago. Logo às primeiras páginas a gente sorri. E quanto mais se segue na leitura, o sorriso, às vezes, vira risada e, extraordinária percepção, a inteligência que estava meio obstruída pelos dissabores dos dias atuais, vai se alargando e se ampliando em prazer de ser.
Comecei a ler com a cabeça obstruída por um pacote de “Obama com prêmio Nobel da Paz porque apóia a guerra! + Lula desesperado com o Brasil que começa a ver agora! + Arruda e seus asseclas endinheirando-se em corrupção desenfreada!”, pacote indigesto que se pensa nele sem querer, impõe-se.
Na leitura do primeiro capítulo, já tal pacote foi para o espaço, uma vez que retê-lo em pensamento é uma besteira que não leva a nada. Humor é libertação.
Fui tomar meu café da manhã com prazer e doida para voltar ao livro e, enquanto a água ferve, pensamentos soltos filosofam domesticamente. Na pia, cheios de “água de molho” estavam duas pequenas panelas sujas do jantar de ontem, mais um pequeno prato e talheres de cozinhar, um conjunto destoante da limpeza da cozinha, ao dispor da minha disposição de preguiça e desgosto de lavar na hora, deixo sempre pra depois, entra em cena a força ativa do bom humor: porque tão poucas peças não lavo imediatamente? E encaro sempre com dissabor e vou acumulando, dando preferência ao sabor da preguiça? Enquanto disserto, vou lavando e o sujo sai mais fácil e ligeiro do que qualifico como incômodo o lavar. Aliás, termino antes da água ferver: outra tomada de consciência preservo a preguiça como forma de pequeno prazer! Não há nada demais em lavar a louça, é mais um modo construído de ser, como que se dando direito! Como a gente se engana para pensar que é feliz!
Voltei ao livro Caim, que prazer. E quem escreveu é um escritor homem inteligente e talentoso. Imagina se tivesse sido escrito pela Clarice Lispector? Com o olhar da mulher?
Muito interessante muito saboroso.
Um pequeno livro de capa escura e feia que nem chama atenção. De 172 páginas pela Companhia das Letras. Mas de José Saramago.
É comprar e levar pra casa como uma boa nova, uma promessa de um bom dia a ser e viver.
Pensar ou sentir com humor faz um bem extraordinário. Se posso sugerir um presente de Natal para uma pessoa a quem se goste, eu sugeriria o livro Caim, um romance de Saramago. Logo às primeiras páginas a gente sorri. E quanto mais se segue na leitura, o sorriso, às vezes, vira risada e, extraordinária percepção, a inteligência que estava meio obstruída pelos dissabores dos dias atuais, vai se alargando e se ampliando em prazer de ser.
Comecei a ler com a cabeça obstruída por um pacote de “Obama com prêmio Nobel da Paz porque apóia a guerra! + Lula desesperado com o Brasil que começa a ver agora! + Arruda e seus asseclas endinheirando-se em corrupção desenfreada!”, pacote indigesto que se pensa nele sem querer, impõe-se.
Na leitura do primeiro capítulo, já tal pacote foi para o espaço, uma vez que retê-lo em pensamento é uma besteira que não leva a nada. Humor é libertação.
Fui tomar meu café da manhã com prazer e doida para voltar ao livro e, enquanto a água ferve, pensamentos soltos filosofam domesticamente. Na pia, cheios de “água de molho” estavam duas pequenas panelas sujas do jantar de ontem, mais um pequeno prato e talheres de cozinhar, um conjunto destoante da limpeza da cozinha, ao dispor da minha disposição de preguiça e desgosto de lavar na hora, deixo sempre pra depois, entra em cena a força ativa do bom humor: porque tão poucas peças não lavo imediatamente? E encaro sempre com dissabor e vou acumulando, dando preferência ao sabor da preguiça? Enquanto disserto, vou lavando e o sujo sai mais fácil e ligeiro do que qualifico como incômodo o lavar. Aliás, termino antes da água ferver: outra tomada de consciência preservo a preguiça como forma de pequeno prazer! Não há nada demais em lavar a louça, é mais um modo construído de ser, como que se dando direito! Como a gente se engana para pensar que é feliz!
Voltei ao livro Caim, que prazer. E quem escreveu é um escritor homem inteligente e talentoso. Imagina se tivesse sido escrito pela Clarice Lispector? Com o olhar da mulher?
Muito interessante muito saboroso.
Um pequeno livro de capa escura e feia que nem chama atenção. De 172 páginas pela Companhia das Letras. Mas de José Saramago.
É comprar e levar pra casa como uma boa nova, uma promessa de um bom dia a ser e viver.