O erro principal dos americanos no Iraque…

Começo por dizer desde já que sou um admirador do actual presidente dos Estados Unidos e um crítico dos 8 terríveis anos da administração Bush, a pior da história desta nação…

Por isso este presidente não tem culpa dos erros passados, e eles são tão graves que pouco ou nada se pode fazer para os remediar…

Analisemos um, o caso Iraquiano.

Quando acabou a IIª Guerra Mundial, o mundo, mas principalmente a América encetou um processo na Alemanha a que se chamou de Desnazificação, que em termos muito simplistas se tratou de uma espécie de lavagem cerebral aos povos da Alemanha e da Áustria de maneira a desintoxica-los de 12 anos de nazismo.

Feito tal, inseriram-se essas pessoas na nova Alemanha, muitas delas quadros altamente qualificados que fizeram com que esta nação, praticamente arrasada pela guerra, em poucos anos voltasse aos lugares cimeiros do planeta, praticamente em todos os domínios, lugar que ainda ocupa na actualidade.

Ora no Iraque…

Bem no Iraque depois da invasão ilegal e do desmembramento das suas enormes forças armadas e do aparelho político, criaram-se milhares e milhares de desempregados muitos deles com experiência militar e com paióis secretos espalhados um pouco por toda a nação…

No poder colocou-se uma tribo rival que nada percebia do oficio…

E inesperadamente surgiu uma feroz resistência à ocupação e ao poder imposto, guerrilha feita por patriotas iraquianos e não só por terroristas como nos fizeram crer…

Os tais desempregados militares ou para militares estão ainda em acção, e apesar da aparente acalmia no território, eles não desapareceram e de vez em quando aparecem mesmo nas zonas mais seguras para mostrar que estão e estarão ainda sempre presentes, fazendo com que o Iraque vá mergulhar numa guerra civil mal as forças americanas retirem definitivamente, dado as novas forças armadas serem compostas por gente sem experiência, facilmente à mercê de uma guerrilha motivada e muito bem armada, pelos tais paióis bem escondidos…

Foi um erro crasso dos Estados Unidos não terem aplicado um plano semelhante ao imposto na Alemanha e Áustria…Se o tivessem feito, a guerrilha seria residual e em vias de extinção, se o tivessem feito, as forças armadas teriam gente competente que se protegeria a ela e aos seus interesses, mas pacificando a região…se o tivessem feito o poder político estaria nas mãos de velhas raposas que sabem muito bem como administrar um Iraque que de outra forma é ingovernável…

Nesta guerra não tomo partido, acho que ambas as partes cometem o sacrilégio de se massacrarem, mas não teria sido mais fácil e lógico optar por um “novo-velho-poder” da cara lavada que pouparia o sangue de tantos soldados estrangeiros ou iraquianos, que pouparia as populações aos demasiado triviais e sangrentos massacres?

A história julgará os actos dos vencedores e dos vencidos, mas lamento sobretudo os mortos inocentes e o desgaste de um Presidente americano, arrastado para um problema que não é seu mas do qual aparentemente não sabe sair…

Parece pois que a América teima em não aprender as lições que a história lhe vai dando…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 11/12/2009
Código do texto: T1972150
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