RECEITA PARA ESCREVER BEM
- Quando crescer, vou escrever um livro melhor que aquele Cre.. cre...
- Crepúsculo?
- Isso! E hoje, no lugar da historinha antes de dormir, tenho outro pedido!
- Hum... Deve ser alguma arte!
- Quero uma receita para escrever bem!
- Helena, sou péssima com ou sem receitas! Não cozinho nada, nem palavras!
E ela retrucou:
- Você não é escritora? Inventa!
Minha sobrinha deve imaginar que tenho poderes mágicos, mas achei divertida a idéia e cá estou, em plena madrugada, pensando em seu pedido.
Em um mundo com receitas para tantas coisas, seria simples acreditar em fórmulas e ingredientes secretos que garantissem textos fantásticos.
Suponho que escrever nasça do amor pela leitura, mas não apenas disto, do contrário todos os leitores vorazes seriam também escritores (amadores ou não). É preciso algo a mais, além de toda bagagem e técnica que possam ser adquiridas. E nisto reside o mistério que nos fisga e seduz.
Escrever é seduzir. Entretanto, o escritor é um sedutor conquistado (e "sequestrado") pelo mundo da palavra.
O talento que produz bons textos atrai opiniões favoráveis, mas o que as criações teriam em comum? Perfeito encadeamento das idéias, argumento conduzido de forma segura e linguagem interessante? E até aí nada de novo no front!
Escrever bem pode e passa pela técnica. Por outro lado, é a alma criativa que nos leva à palavra. E a entrega se faz porque há prazer. Quem gostará de algo escrito sob o peso de algemas e correntes na mente do autor? Neste clima a palavra se arrasta, tropeça, engasga ou trava.
Nem sempre escrevo sobre o que gosto, mas preciso gostar do que escrevi. E também, por incrível que pareça, não prestar muita atenção nisso.
Explico! Afinal, preciso fazer algo no lugar da receita!
Pense numa criança entretida em sua brincadeira. Observe os jogos infantis. Por acaso você já viu uma criança interromper o prazer de sua atividade lúdica para prestar atenção ao próprio contentamento?
Ela vive a experiência. A palavra exige a mesma entrega da alma.
Viva a alegria e o prazer que escrever oferece. Escreva de todas as formas e cores que conheça, descubra ou imagine! A alma é um mosaico e suas letras se formam a cada movimento da vida. Escrever é jogar com um caleidoscópio de palavras.
Encerro esta crônica sem a tal receita sobre escrever bem que Helena pediu, mas no final das contas (e contos) quem dirá se bem (ou não) é o leitor...
(*) IMAGEM: Google
http://www.dolcevita.prosaeverso.net
- Quando crescer, vou escrever um livro melhor que aquele Cre.. cre...
- Crepúsculo?
- Isso! E hoje, no lugar da historinha antes de dormir, tenho outro pedido!
- Hum... Deve ser alguma arte!
- Quero uma receita para escrever bem!
- Helena, sou péssima com ou sem receitas! Não cozinho nada, nem palavras!
E ela retrucou:
- Você não é escritora? Inventa!
Minha sobrinha deve imaginar que tenho poderes mágicos, mas achei divertida a idéia e cá estou, em plena madrugada, pensando em seu pedido.
Em um mundo com receitas para tantas coisas, seria simples acreditar em fórmulas e ingredientes secretos que garantissem textos fantásticos.
Suponho que escrever nasça do amor pela leitura, mas não apenas disto, do contrário todos os leitores vorazes seriam também escritores (amadores ou não). É preciso algo a mais, além de toda bagagem e técnica que possam ser adquiridas. E nisto reside o mistério que nos fisga e seduz.
Escrever é seduzir. Entretanto, o escritor é um sedutor conquistado (e "sequestrado") pelo mundo da palavra.
O talento que produz bons textos atrai opiniões favoráveis, mas o que as criações teriam em comum? Perfeito encadeamento das idéias, argumento conduzido de forma segura e linguagem interessante? E até aí nada de novo no front!
Escrever bem pode e passa pela técnica. Por outro lado, é a alma criativa que nos leva à palavra. E a entrega se faz porque há prazer. Quem gostará de algo escrito sob o peso de algemas e correntes na mente do autor? Neste clima a palavra se arrasta, tropeça, engasga ou trava.
Nem sempre escrevo sobre o que gosto, mas preciso gostar do que escrevi. E também, por incrível que pareça, não prestar muita atenção nisso.
Explico! Afinal, preciso fazer algo no lugar da receita!
Pense numa criança entretida em sua brincadeira. Observe os jogos infantis. Por acaso você já viu uma criança interromper o prazer de sua atividade lúdica para prestar atenção ao próprio contentamento?
Ela vive a experiência. A palavra exige a mesma entrega da alma.
Viva a alegria e o prazer que escrever oferece. Escreva de todas as formas e cores que conheça, descubra ou imagine! A alma é um mosaico e suas letras se formam a cada movimento da vida. Escrever é jogar com um caleidoscópio de palavras.
Encerro esta crônica sem a tal receita sobre escrever bem que Helena pediu, mas no final das contas (e contos) quem dirá se bem (ou não) é o leitor...
(*) IMAGEM: Google
http://www.dolcevita.prosaeverso.net