Coisas do Natal
Está chegando o Natal. Está chegando a hora de abrirem o baú das caras. Algumas só foram usadas pela última vez no ano passado; aquelas que têm um sorriso assim, uns olhinhos felizes apertadinhos, normalmente acompanhadas de gestos marcados, pré-programados. O estado de espírito é mesclado de expectativa para saber qual o presente do amigo secreto, (quando há a brincadeira), com a preocupação de compras em ruas e shoppings cheios, com a montanha de contas que, indiferentes à época, continuam chegando e com mais mil matizes de emoções. Para muita gente, a cara verdadeira é a melancólica; aquela que, sob efeito das músicas natalinas, cujas melodias são normalmente bucólicas e repetitivas insiste em reaparecer nas distrações.
Dito assim parece até que eu não gosto dessas festas. Gosto. Gosto sim! Gosto de ver as pessoas saindo da rotina do dia a dia; do movimento da cidade; das comidas típicas, das festas (que não sejam um pé no saco). Gosto das luzes que colorem a noite; que vestem de gala as avenidas principais; dos shows nas praças; das estréias dos filmes “arrasa quarteirão”. Quanto ao nascimento de Jesus... Falam que esta data nada tem haver. Bem, Dele, eu lembro todo dia. Aquela imagem da Criança da manjedoura e dos reis magos, etc., são imagens icônicas também, claro, e mesmo sem a emoção de antes, ainda gosto de olhá-las. Se eu fosse um comerciante certamente exultaria, (as ruas estão “bombando”). É possível que essa meia-amargura seja coisa de quem não tem muito do que se queixar; de rebelde sem “causa de Natal” pra reclamar. Quem sabe será isso... Não falei? É a tal melancolia...