A Vendedora

Trirrrrim! Toca o despertador. Já acordada, estica a mão e desliga. Levanta vai até o berço de seu filho, ajeita as cobertas sobre ele, por um instante, para e olha-o a dormir.

Vai à cozinha, coloca água no fogo para fazer café, leite para o mingau, pega o coador, bule e um prato. Após preparar tudo, vai ao banheiro. Volta, toma café.

Retorna ao banheiro, toma banho, troca-se e faz a primeira coisa que mais lhe causa dor do dia, acordar seu filho carinhosamente passa a mão pela sua cabeça, puxa devagar as cobertas, pega-o no colo, beija seu rosto enquanto pede que acorde.

Troca de roupas e leva-o para a cozinha, coloca sentado no colo e com toda a paciência colher a colher, dá-lhe o mingau na boca. Limpa, agasalha, mais uma vez o pega no colo, pega sua bolsa a mochila dele, e sai.

Chega na creche e também à segunda coisa mais difícil do dia deixá-lo sente como se o abandona-se. Abraça, beija, dormindo ainda ele está. Vira e vai embora orando, pedindo a Deus que o proteja.

Respira fundo, tem que ir trabalhar, depende dela.

Pontualmente, as sete e trinta, está na Empresa, às oito horas começa a reunião, nunca falta ou atrasa. Terminada a reunião, pega seu material e vai para sua área de trabalho.

Vendas presenciais a varejo é o que faz, visitas todos os dias, exceção domingo, em média quarenta clientes, uns dez quilômetros de caminhadas, banheiros imundos, ofensas, cantadas, galanteios, cachorros, mil não, poeira, sol, frio, chuva, barro, ônibus lotados e alguns sim.

Cansada, ao final do dia esta feliz, fez o seu trabalho, vai buscar seu tesouro.

Amanhã, será apenas mais outro dia, espera que de boas vendas

Isidoro Machado
Enviado por Isidoro Machado em 09/12/2009
Reeditado em 21/06/2010
Código do texto: T1969383
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.