RESSACA DA "MULESTA"...
Acho que fui acometido por uma ressaca eterna. Toda manhã de sono interrompido é a prova de um porre futuro...
... O sono sim é coisa dos deuses!
As oito e vinte da matina, uma prova universitária pra fazer. Uma das alunas teve que levar seu filho de oito anos de idade com ela para esperá-la terminar a avaliação. Poderia ser benéfico pra criança. Isto é, se a universidade e nós alunos fôssemos ponto de educação, mas não, claro que não! Coitada da criança, ela estava assustada vendo-nos colar “pra cima e pra baixo”... eu usei logo o moleque. Como o professor não nos deixa se levantar, esperei a hora dele atender o telefonema da esposa, ou amante, sei lá, e mandei o moleque levar a minha caneta até meu colega, mas na caneta tinha cola. Pois não é que o infeliz do moleque percebeu o papel dentro do bocal da caneta e disse: “ei moço, esse papel também é pra entregar a ele?” Com ironia e raiva, porque fora vencido por um garoto de oito anos, eu disse: “não! isto é uma carta pra sua mãe, infeliz!” O professor marcou minha prova... tirei um zero e no próximo ano terei que repetir a matéria, não porque eu não sabia do conteúdo, e sim porque consegui ser mais burro que um garoto menor de dez anos!
E por culpa da hipocrisia das universidades, que hoje em dia não passam de um mercado fingido no qual se vende um conhecimento empacotado como se fosse um refrigerante em garrafa pet, que só dá azia por culpa da fome da cabeça oca, matando toda forma de o estudante estudar, preocupando-se apenas em tirar um ‘dez’, embora colando, impedindo-o de latir com seu próprio rosnar, domesticando-o e jogando um conhecimento barato em suas mentes, deixo os versos do poeta potiguar Henrique Diógenis:
SEMPRE
Na razão do homem eu confio,
Ela é sempre sincera.
Não confio mesmo em seu instinto...
Se comete um crime, a razão,
Só a si ela não engana...
... Consegue ser sincera com a mentira
Já o instinto, hipócrita sempre,
Nunca se trai assim como a razão...
O desejo é a vontade com olhos vendados!
Não importa o preço,
Haverá deveras uma fortuna sempre
Que a tua carne comprará com sangue frio!