O ETERNO QUESTIONAMENTO: "QUEM SOU EU?"

Eu sempre me irrito quando tenho que responder essa perguntinha chata. Essa perseguição começou na época da faculdade: eu tinha um professor de produção textual, excelente professor, diga-se de passagem, mas que me fez escrever duas redações com esse título.

Agora é na internet, em tudo que é rede social que eu entro, tenho que responder essa pergunta besta: - Quem sou eu? Quem sou eu? Quem sou eu? Pra que tu quer saber? Porra! Que merda de pergunta mais indiscreta.

Um dia me esquentei da cara e escrevi o “poema” abaixo:

Quem sou eu?

Sou uma mulher muito prática e afoita.

Do tipo que caga ou logo desocupa a moita.

Amor...

Ou me come ou te manda.

Ou fica comigo e só comigo ou então, a fila anda.

Trabalho...

Ou me paga ou te processo.

É assim que funciona, se gostar, gostou.

Se não gostar, nem leia o resto.

Amizade...

Ou você tá dentro do meu círculo de amigos ou então, tá fora.

Diga um verso bem bonito, dê adeus e vá embora.

Família...

Apenas aqueles com quem posso contar.

Não basta ter o mesmo sangue, tem que participar.

Dinheiro...

Foi feito pra gastar e não pra guardar em bancos.

O dinheiro é uma muleta e nós somos todos mancos.

Passado...

Quem gosta é museu.

O presente me pertence e o futuro ainda não é meu.

A Alquimista
Enviado por A Alquimista em 09/12/2009
Reeditado em 07/02/2010
Código do texto: T1968238
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