2008 o ano dos amigos
Quando ele estava chegando eu, ainda, me encontrava sentada no chão, tentando me levantar de uma surpresa que aquela altura me parecia extremamente ruim. Mesmo assim, cumpri todas as coisas que gosto de fazer na entrada do ano.
Arrumei a casa – troquei a roupa de cama, mesa, banho, em cima das camas coloquei uma camisolinha cor de rosa muito linda, para mim e um pijama para meu filhote, sem muita certeza se seria usado ou não, tudo, absolutamente, novo -, providenciei uma comidinha legal para o primeiro almoço do ano, troquei o galho de louro, que fica pendurado atrás da porta de entrada de serviço, perfumei toda a casa com essência de lavanda - no banheiro usei lima-limão -, coloquei na Kayla – nossa cachorrinha SRD – um lacinho de fita rosa – sob veementes protestos de meu filho – que só me deixa arrumá-la com “frescura”, nesta data -, me arrumei - desde os brincos até aos sapatos tudo era novo – e partimos cada um para a sua festa de reveillon.
No caminho pensava firmemente que nada atrapalharia a entrada do novo ano, que tinha que ser melhor, e seria...Se só de mim dependesse. Acho que foi esse último pensamento que atrapalhou um pouco “... se só de mim dependesse...”
O primeiro semestre foi muito difícil, perdas significantes, mudanças de rumo, mais surpresas desagradáveis, algumas inacreditáveis...Eu me sentia a deriva, não conseguia controlar o “leme”...
E durante esse processo muito doído, comecei a sentir saudade de mim. Onde havia ficado aquela criança enfezadinha, mas feliz? Aquela adolescente brincalhona, festeira, risonha, CHATA PRÁ CHUCHU? Aquela mulher que não tinha medo de nada (só de dormir sozinha no escuro e de fantasma), que levava sua vida numa boa com seu filho?
Lembrei-me das minhas antigas colegas do Normal e passei a procurá-las e junto com as que ia encontrando, encontramos vinte e uma colegas da minha turma e mais um montão delas, que já se reuniam, de outras turmas do Júlia. Consegui, também, conversar com duas amigas de infância e saber notícias de todo mundo. Revitalizei minha amizade com tres das minhas "amigas para sempre".A maioria dessas pessoas maravilhosas eu não via mais ou menos há vinte anos, já imaginaram a nossa emoção? Foi como voltar a ser você novamente, e, aí ter oportunidade de refazer seu caminho, repensar você, e, então, sair desse processo sabendo, novamente, quem é, o que gosta e melhor de tudo aberta a novas coisas e, preparadinha para as coisas boas que a vida tem para te oferecer e, também, infelizmente, para os empurrões inevitáveis.
O segundo semestre chegou bem mais tranquilo e as coisas começaram a se ajeitar. A vida corria calma, sem maiores acontecimentos que os da vida de todo mundo, dias bons, dias não tão bons...
Mas novas surpresas, agora maravilhosas, me aguardavam e, no início da primavera, eu ganhei um grande presente, depois do meu filhote, um AMIGO e espero que seja para vida toda, se assim ele aguentar minhas loucuras...Mas amigo que é AMIGO AMADO, aguenta. Não é?
De repente nos descobrimos e eu como que adolescente fosse, estou amando esse “danadinho”...Na realidade ele é mais do que meu Amado, ele é o meu “guru”, aquele que tem coragem de me dar todos os “toques” de que necessito, com muito carinho, respeito, mas com firmeza.
Sabe...Aquele amigo amado com quem você tem sempre assunto? Aquele que você não consegue ficar um dia sem conversar um pouquinho? Sem contar tudo que te acontece? Aquele que te ensina tudo e você pode até nem aprender ou colocar em prática, mas vai amá-lo mais ainda, pelo coração lindo, por toda bondade, pelo carinho respeitoso, pela honestidade de sentimentos, pela personalidade forte e ao mesmo tempo suave, pela fé inabalável em Deus, que te dá uma segurança enorme, enfim...É o seu AMADO.
Quando eu pensava que havia esgotado o estoque de presentes, já quase verão, conheci um casal de primos, que no correr de 2009, ele se tornou um grande amigo irmão.
Mas Deus tem destas coisas...Está sempre nos preparando coisas muito legais e às vezes a gente só se dá conta, quando já era...
Eu, particularmente, a partir da primavera de 2008, tenho tentado ficar mais atenta aos Seus sinais.
Maria Emília Xavier