ENEM: uma vergonha nacional!
Tudo começou com uma proposta inovadora de avaliar o conhecimento dos alunos do ensino médio. Uma proposta que visava o conhecimento aplicado e não simplesmente teórico, seco, sem relação com a vida prática, como a grande maioria dos estudantes estão acostumados nos vestibulares normais.
Uma proposta ousada, moderna, inovadora, mas também polêmica. Pela primeira vez na história do país, vestibulandos seriam avaliados de forma ampla, abrangendo tudo que foi aprendido e vivenciado ao longo do período escolar.
Quando tudo parecia ser um grande avanço no ensino brasileiro, as expectativas de milhões de candidatos foram bruscamente abaladas às vésperas com o cancelamento da prova. Motivo: “O ENEM vazou”, foi roubado, além de ter sido veiculado na mídia uma possível tentativa de venda do mesmo a um jornal de grande circulação nacional. Um choque, não só para os alunos, mas para toda sociedade.
Foi aí que iniciaram os problemas. A corrida contra o tempo para realizar a prova antes que o ano terminasse, Universidades que iriam aderir totalmente ou parcialmente a nota do ENEM divulgando que tal parceria não seria mais considerada no ingresso de alunos e, mesmo o Ministro da Educação informando amplamente pelos meios de comunicação que, os locais de prova permaneceriam os mesmos, houve um realocamento ABSURDO dos alunos. Candidatos que iriam fazer a prova em determinada escola ou faculdade, foram subitamente remanejados para realizar a mesma longe de seus domicílios, gerando além da indignação com toda problemática já enfrentada, custos no deslocamento até os novos locais de provas. O Exame Nacional do Ensino Médio perde sua credibilidade – que já não era das melhores - frente à sociedade brasileira.
Finalmente chega o dia da realização do tão comentado e discutido Exame no final de semana passado. Com um índice histórico de abstenções (40%), questões antipedagógicas, extensas e cansativas, o ENEM parece querer avaliar o desempenho físico, psicológico e mental dos candidatos. Noventa questões para serem respondidas em quatro horas e meia no primeiro dia, além de mais noventa questões e uma redação para serem concluídos em cinco horas e meia no segundo.
Não bastasse a palhaçada que é vista desde o início do processo, hoje pela manhã, a sociedade acorda com a notícia de que teve “uma falha técnica” na divulgação dos gabaritos.
Será necessário tecer mais algum comentário?
Viva o nosso Brasil, país sede das Olimpíadas de 2016.