Paixão

Prefácio

- Paixão -

A ala hospitalar do St. Hoss era peculiarmente um terrível lugar para se está, levando em consideração o seu ambiente pesado e triste.

Os médicos iam e vinham trazendo consigo noticias que as pessoas clamavam intimamente jamais receberem. Todas as pessoas ali presentes tinham diferentes historias que as levaram a estarem presentes naquele lugar e a julgar por seus semblantes, aflitas esperavam que um milagre acontecesse. Eu era uma delas.

Conheci Ana clara por mero acaso quando o meu melhor amigo me levou a uma festa de colégio. Na época senti algo de diferente assim que a vi. Sentir lá no fundo do meu ser que ela era a garota dos meus sonhos. Quatro meses depois estávamos namorando.

Era tudo muito perfeito, já estávamos juntos há três anos nos amando perdidamente. Foram os melhores anos da minha vida e eu tinha certeza que ela seria a mulher com quem eu passaria toda a minha existência aqui na terra e em outra se existisse. Já havíamos planejado tudo: formaríamos-nos e dentre sete anos no casaríamos. Eu tinha certeza: ela seria a futura mãe dos meus filhos.

Foi então que aconteceu: como um forte vento que balança a arvore na primavera pra outra direção, nossas vidas começaram a mudar de rumo.

Em uma terça-feira fomos ao medico por conta de umas fortes dores de cabeça que Ana vinha sentindo fazia um tempo.

O medico foi claro quanto ao resultado:

- a ressonância que fizemos detectou uma pequena massa na área linfática do seu cérebro. Começou ele. - Investigamos mais a fundo e os exames mostram que você esta com tumor cerebral.

Aquilo caiu sobre mim como um balde de água fria, imagino que na Ana também, pois ela apertou firme minha mão que estava segurando.

- e quais os tratamentos que podemos fazer doutor. Perguntei (as palavras quase não saiam da minha boca).

O medico olhou bem pra nós com uma expressão um pouco triste.

- infelizmente, não há muito que se fazer. O medico suspirou. Meu coração palpitou sobremaneira que chegou a doer.

- o tumor é maligno e já esta em fase bastante avançada.

Não podia acreditar no que ele estava dizendo olhei para Ana e ela encarava o medico ansiosa, entendi que ela estava querendo ser forte ante á noticia. Depois ela olhou bem nos meus olhos e me abraçou e me deu um beijo confortador. Ali eu estava vendo uma Ana que eu jamais tinha visto: forte e valente.

Com a doença de Ana tentei parecer mais forte possível perto dela para não abalá-la, entretanto só eu sabia o quanto meu mundo havia desmoronado só de pensar na possibilidade de perdê-la.

Os pais dela a levaram em outros especialistas que a recomendaram alguns tratamentos que ajudariam nos momentos das crises de dores.

Os dias foram passando e vê-la todos os dias morrendo aos poucos naquele leito era como me vê morrendo ao mesmo tempo lentamente. Cada dia que passava eu a amava mais.

Seu semblante já não era o mesmo, seu olhos fundos que me observavam brilhavam cheios de amor. Eu em nenhum momento deixei de acreditar na possibilidade de um milagre acontecer.

Em nenhum momento eu a abandonei ou sair do seu lado, principalmente quando tinha as crises de dores na cabeça que eram terríveis (nessa hora eu segurava bem forte em suas mãos e encostava sua cabeça em meu peito ate a crise passar).

Foi então que em uma sexta-feira ensolarada, impressionantemente a mais bela de todas naquele outono quando a brisa arrastava as folhas pelo chão, Ana clara partiu; com todo o seu amor e com todos os seus sonhos me deixando para trás eternamente apaixonado.

Deh Ferrão
Enviado por Deh Ferrão em 07/12/2009
Reeditado em 03/03/2010
Código do texto: T1964461
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