O Sentimento de Amor
A palavra sentimento já embute em sua própria definição muito do que devemos aplicar quando temos alguém a quem dirigimos a nossa atenção; quando amamos: sentir, gostar de estar em contato com; tocar e se sentir tocado pela pessoa que nos ama e a quem amamos. Do ser amado gostamos de tudo o que diz respeito a ele; as nuances de sua voz (Hummm, como é bom perceber as notas variando quando a pessoa amada nos dirige palavras embaladas em um farnel de carinho...), a textura da pele, o cheiro bom que exala do corpo tão querido – a mim parece o cheiro cálido do orvalho sobre a relva nas horas que antecedem o nascer do sol – a temperatura gostosa quando sentimos o corpo querido juntando-se ao nosso no leito preparado para o ato de amar. Tudo isso faz muito especial aquela hora cheia de magia que nos compensa de todas as vicissitudes da vida, o prêmio maior que conquistamos nesta nossa vida de representações irrealistas, pois que vivemos no Sangsara, onde o ato de amar nos dá a consciência de que nem tudo está perdido. Quando vejo a minha amada deitada, indefesa como uma criança, a ternura invade a minha alma e procuro cobrir instintivamente o corpo dela com o meu, como que querendo protegê-la de todos os perigos que possam ameaçá-la. Beijo-lhe o rosto carinhosamente e deixo-me carregar pela maré de carinho que a minha amada tem dentro de si.
Rio de Janeiro, Outubro de 2007
João Bosco (Que coroa essas lembranças doces com a frase inicial de uma música interpretada pela Maria Bethânia: “O meu amor, tem um jeito manso que é só seu...”)