CASAMENTO DO JOÃO BOLINHA
CASAMENTO DO JOÃO BOLINHA
João Bolinha um conterrâneo, que saiu ainda adolescente para tentar a vida em B.H., trabalhou como: ambulante, cobrador de coletivo vigia e outras atividades. Mais tarde retornou a nossa terra trazendo mulher e dois filhos. Acolhidos pelos confrades vicentinos foi residir na vila vicentina. Com o compromisso de providenciar o casamento, uma exigência da instituição, para com seus socorridos, cujos conceitos exigem uma conduta dentro dos preceitos de moral e religiosidade.
Maria sua mulher, uma baiana arretada da cor jabuticaba madura, com seu sotaque atípico. Ficou toda irradiante com a possibilidade do casamento. Um sonho que segundo ela jamais imaginou que se realizaria. Pelo marido a coisa ficaria por isso mesmo, sempre escorregando com afirmativa que o casamento poderia piorar a situação.
Graças à solidariedade que reina em nossa comunidade. Promoveram o enlace com uma cerimônia modesta, mas muito aplaudida, pela população, ao presenciar a felicidade irradiante estampada no rosto da noiva. Uma prova autentica da necessidade de se promover a inclusão social, resgatando valores e promovendo a felicidade, de muitos irmãos dando lhes o direito e a dignidade de verdadeiros cidadãos.
Como testemunha do noivo, colaborei de forma significativa, o que me rendeu certa simpatia por parte do casal.
Segundo reza a tradição de nossa terra o padrinho de casamento tem sua cota de responsabilidade para com seu afilhado.
Veja o que me ocorreu. Maria Bolinha como ficou conhecia, levou muito a sério seu casamento, e ao que parece exigia do marido um procedimento rígido. Certo dia procurou-me, dizendo que estava num conflito danado, e que eu teria que torcer as orelhas do marido.
Perguntei-lhe o motivo ela me disse: - Ele chega à casa muito tarde e a gente acaba brigando, eu não quero dar este exemplo para meus filhos, o senhor é o padrinho deve dar um jeito nele!
Perguntei você acredita em simpatia? – Acredito sim... Há como acredito!
- Então faça o seguinte, quando ele chegar você encha a boca de água, e faça sua obrigação certinha. Isso é uma simpatia e costuma dar resultado, faça isso, se não der certo, vou procurá-lo e passar-lhe uma boa lição.
Passou-se certo tempo, encontrei Maria, pela expressão percebi que estava feliz da vida. Perguntei-lhe e aí Maria como vai ao casamento? – Há seu Geraldinho nem te conto! Está uma maravilha, a simpatia que o senhor me ensinou deu certinha. Acabaram as brigas, o João disse que se continuar como está, para o ano vai levar os meninos e eu lá na Bahia na casa de mãe.
É um presente que vai dar no natal. Pra mim com os meninos.