A Febre da Auto-Ajuda
 
            Não há o que se questionar: a grande onda do momento é a da auto-ajuda. Se Deus reeditasse uma segunda versão dos 10 mandamentos talvez tivéssemos algo assim: ¨Os 10 Passos para se Alcançar o Paraíso¨.
            A Veja Número 48 trouxe reportagem de capa sobre o tema que alçou os ditos livros que solucionam quase tudo, ou tudo, conforme a crença do leitor. A verdadeira febre é escrever sobre como as pessoas podem se ajudar a serem ajudadas para a vida, pois quem não se ajuda não chega a lugar nenhum (vixe!).
            Não vou aqui plagiar, embora acredite que alguns livros realmente sejam úteis, pois ensinam muita gente a limpar a sujeira da bagagem mental que carregamos vida adentro através de pessoas que se comprazem em sempre nos dizer o que não podemos e não devemos fazer.
            Todo mundo sabe tudo sobre como conduzir a vida do outro, mas tropeçam ao conduzir os seus próprios destinos. Disso nasce a importância dos livros, visto que um entendido, estudioso, ou alguém que tenha dado a volta por cima nos ilumina a estrada com lições de sabedoria que, muitas vezes, fazem sentido. Os conhecimentos são cumulativos na história da humanidade e aqueles que aprenderam a solucionar obstáculos podem nos ensinar muito sobre superação. Creio que, no longo prazo, teremos o desenvolvimento intuitivo de uma miríade de instintos que façam as gerações superarem-se no quesito motivação.
            Tenho uma estante cheia de livros do tipo e considero que dezenas deles realmente me auxiliaram a pensar melhor, a refletir e até a modificar meu ponto de vista sobre como os eventos da existência se desenham diante da minha existência.
            O grande desafio do Ser Humano é aprender a conhecer a si mesmo e creio que qualquer obra que nos coloque no caminho do auto-descobrimento tenha uma real utilidade prática.
            O que se deve procurar na estante desses livros são volumes cujos autores tenham um real compromisso em buscar revelar a verdade por trás da incrível complexidade dessa entidade maravilhosa chamada Ser Humano.
            Temos muito exagero e diversos autores e editoras querem apenas tirar uma lasca oportunista do mercado. Que o esquecimento seja o destino para esses. Quando, aos 12 anos, li o inesquecível ¨O Maior Vendedor do Mundo¨, de Og Mandino, iniciei-me na prática da reflexão e consegui questionar diversos hábitos que, equivocadamente, seja por hábito, preguiça ou falta de orientação, viam me atrapalhando a vida. Notei a importância, dentre outros, de ter paciência, de perseverar, de amar os presentes que a vida me oferece em forma de desafios e de perseguir com tenacidade um objetivo, realizando e solidificando cada etapa da jornada.
            A partir do mesmo conduzi, gradativamente, importantes mudanças que construíram a pessoa que hoje sou e com a qual gosto de conviver. Não existe, é claro, um livro que solucionará todos os problemas e creio que cada cabeça deva procurar ler bastante até encontrar algo que lhe faça sentido à medida que aperfeiçoa o seu complexo mecanismo mental. Comprometer-se, de fato, com a promoção de uma verdadeira reforma íntima que nos transforme em alguém melhor é o que de fato nos ajuda; graças a Deus!